Câmbio inicia a quarta em alta, cotado ao redor de R$ 5,51

Dólar deve refletir IPCA-15, CMN e Lula

▲ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,51 (+1,0%)
▲ Dollar Index (DXY): ~106,0 pontos (+0,4%)

O mercado de divisas deve repercutir a leitura mista do IPCA-15 de junho no Brasil e aguardar a reunião do Conselho Monetário Nacional desta tarde, que deve anunciar um período contínuo para as metas de inflação, assim como falas do Presidente da República a jornalistas.

Agenda do dia (horário de Brasília):
•    Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) (IBGE) – 09h00min.
•    Entrevista do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva – 09h00min
•    Estatísticas monetárias e de crédito de maio (BC) – 09h30min.
•    Dívida Pública Federal de maio (Tesouro Nacional) – 10h30min.
•    Resultado Primário do Governo Central de maio (Tesouro Nacional) – 14h30min.
•    Fluxo cambial semanal (BC) – 14h30min.
•    Reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) – 15h00min.
 

Ambiente de pessimismo e nervosismo O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quarta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,51 (10h10min), em mais um dia de pessimismo de percepção elevada de riscos no Brasil. Parte do nervosismo pode estar associado a falas do presidente da República em entrevista a jornalistas, quando afirmou que “o problema não é ter que cortar, é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação”. A fala pode ser lida como uma certa resistência por parte de Lula a ajustar os gastos públicos e apostar preferencialmente no aumento das receitas tributárias para equilibrar o orçamento, tema que tem provocado forte percepção de riscos fiscais nos últimos dois meses.

IPCA-15 moderado em junho Nesta manhã, o IPCA-15 de junho apresentou uma alta mensal de 0,39%, levemente abaixo da mediana das estimativas de analistas, que apontava um crescimento de 0,44% no período. Observou-se um avanço mensal de 0,38% nos preços de serviços e de 0,27% no núcleo do indicador, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia. A alta do IPCA-15 foi puxada pelos grupos de Alimentação e Bebidas (+0,98%), Habitação (0,63%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,57%). O número se manteve em um meio-termo entre favorável e desfavorável, porém deve ser lido por um prisma mais pessimista em meio à elevação das expectativas inflacionárias por parte dos investidores.

Meta de inflação contínua Investidores aguardam, também a reunião do CMN, órgão normativo máximo dos mercados de moeda, crédito, câmbio e capitais, composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Apesar de ter frequência mensal, as reuniões do CMN de junho costumam ser mais observadas por tradicionalmente se dedicarem ao anúncio das metas de inflação dos três anos seguintes. A reunião de hoje assume um contexto de maior relevância do que o normal por duas motivações. Em primeiro lugar, o contexto de acentuado temor inflacionário pelos agentes do mercado financeiro nos últimos meses traz maior atenção para o tema. Além disso, a reunião de hoje deve trazer a formalização da mudança na forma como a meta é acompanhada, mudando da base ano-calendário (mês de dezembro) para uma base contínua e podendo oferecer maior sinalização de compromisso com as metas de inflação no longo prazo. A meta de inflação, em sim, deve permanecer inalterada, com alvo de 3% no acumulado de 12 meses, com limite de tolerância de 1,5 p.p. para cima ou para baixo.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.