Câmbio fecha a segunda em alta, cotado a R$ 5,654

Dólar reflete piora na percepção de riscos para ativos brasileiros

▲ Taxa de câmbio (USDBRL): R$ 5,654 (+1,1%)
= Dollar Index (DXY): 105,8 pontos (0,0%)

O mercado de divisas repercutiu mais um dia de pessimismo e descrédito de investidores com a condução das políticas econômicas no Brasil, impulsionados por novas críticas do presidente da República à autonomia do Banco Central.

Variações | No dia: +1,13% | Na semana: +1,13% | No mês: +1,13% | No ano: +16,53% | Em 12 meses: +18,06% |

Pessimismo generalizado com ativos brasileiros Após alternar se manter próximo à estabilidade durante a manhã, o dólar negociado no mercado interbancário apresentou forte tendência de elevação durante a tarde desta segunda-feira, encerrando a sessão cotado a R$ 5,654, maior valor de fechamento da divisa em desde 10 de janeiro de 2022 (R$ 5,672). Os ativos brasileiros, em geral, e o real, em particular, passam por uma profunda crise de confiança em relação às políticas fiscal e monetária no Brasil e rápida elevação na exigência de prêmios de riscos por parte dos investidores. Este movimento teve início em meados de abril, com a mudança pelo governo federal das metas orçamentárias para 2025 e 2026, e foi impulsionado após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) dividida entre integrantes indicados pelo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva e pelo mandato de Jair Bolsonaro. Contudo, o pessimismo e o ceticismo dos agentes do mercado financeiro se aprofundaram nas últimas semanas, por conta de reiteradas críticas pelo presidente da República às decisões do Copom, à autonomia do Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto, bem como declarações que buscam amenizar a necessidade de ajustes nos gastos públicos. Hoje, Lula persistiu em suas críticas, afirmando em entrevista que o BC “não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Nós não precisamos ter política de juros altos nesse governo. A taxa Selic a 10,5% está exagerada”, e que “com muita paciência, espera[] a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue... ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”. Assim, a tendência de enfraquecimento do real deve continuar nos próximos dias enquanto as expectativas negativas não se alterarem, o que parece pouco provável sem a apresentação de medidas concretas pelo Planalto para recuperar a credibilidade perdida.

Mercado de moedas

Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.