Câmbio inicia a quinta em queda, cotado ao redor de R$ 5,39

Dólar deve refletir inflação americana em junho

▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,39 (-0,4%)
▼ Dollar Index (DXY): ~104,1 pontos (-0,8%

O mercado de divisas deve repercutir a divulgação do Índice de Preços aos Consumidor (CPI) americano de junho, em meio a apostas de investidores de que o Federal Reserve estará seguro para iniciar um ciclo de cortes de juros em setembro. Adicionalmente, investidores avaliam a aprovação do projeto de lei da reforma tributária na Câmara dos Deputados na noite de ontem.

Agenda do dia (horário de Brasília):
•    Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de maio (IBGE) – 09h00min
•    Índice de Preços ao Consumidor (CPI) americano de junho (BLS) – 09h30min.
•    Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA (DOL) – 09h30min.
•    Palestra do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic – 12h30min.
•    Palestra do presidente do Federal Reserve de St. Louis, Alberto Musalem – 14h00min.
 

CPI benigno enfraquece o dólar O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência de baixa na manhã desta quinta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,39 (10h05min), refletindo a leitura abaixo do estimado para o CPI de junho americano. O índice passou de 0,0% em maio para -0,1% em junho, a primeira deflação mensal desde junho de 2020 (-0,1%) e abaixo da estimativa mediana de +0,1%. Já o núcleo do indicador, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, passou de 0,2% para 0,1% nesse intervalo, abaixo da projeção mediana de 0,2% e a menor variação mensal desde setembro de 2021 (0,1%). Esta leitura reduz as preocupações de investidores quanto à possibilidade de persistência inflacionária nos EUA e deve contribuir para que o Federal Reserve (Fed) eleve seu nível de confiança na estabilização de preços no país. Embora o Fed deva ressaltar a necessidade de cautela na flexibilização da política monetária e aguardar por dados de inflação em mais meses antes de decidir pelo início de um ciclo de reduções nos juros, a leitura de hoje deve reforçar as apostas dos investidores para um corte no mês de setembro. Isto, por sua vez, reduz a perspectiva de rentabilidade para títulos denominados em dólar e contribui para o enfraquecimento global da divisa.

Reforma tributária no Brasil Adicionalmente, o mercado de divisas pode ser impactado pela aprovação da regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, apreciada ontem e que ainda precisa ser votada no Senado Federal. Dependendo de como os investidores avaliarem a proposta, a reforma tende a diminuir a percepção de riscos fiscais e a contribuir para o fortalecimento do real. A emenda constitucional da reforma representa um marco significativo na reestruturação do sistema de impostos sobre o consumo, criando o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) para substituir vários tributos atuais, como PIS, Cofins, ICMS e ISS. O Projeto aprovado na Câmara unificou o IBS e a CBS para compor o Imposto Sobre Valor Agregado (IVA), isentou as alíquotas para proteínas animais e outros alimentos essenciais, além de definir mecanismos de devolução de tributos para famílias de baixa renda, a fim de promover um sistema tributário mais justo e simplificado. A transição completa para o novo modelo está programada para durar até 2033, iniciando com testes em 2026 e implementações progressivas dos novos impostos. A reforma faz parte da busca do governo federal por equilíbrio entre a manutenção das receitas e a manutenção dos tributos, ao mesmo passo em que introduz medidas compensatórias de incentivo para setores específicos. 
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.