Câmbio encerra em alta, cotado a R$ 5,485
Ruídos fiscais e exterior pressionaram a moeda brasileira
▲ Taxa de câmbio (USDBRL): R$ 5,485 (+1,0%)
▼ Dollar Index (DXY): 103,8 pontos (-0,4%)
A moeda brasileira voltou a perder terreno em relação ao dólar nesta quarta-feira (17), ainda repercutindo a entrevista* concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à TV Record, que alimentou novos questionamento sobre o comprometimento do governo com a meta fiscal de déficit zero. No fechamento, o par real/dólar se estabeleceu em R$ 5,485, registrando alta diária de 1,0%. A desvalorização do real contrariou o movimento da divisa americana no exterior, com o dollar index operando por todo o pregão em viés de baixa.
*Tratamos desse assunto na Abertura de Câmbio de hoje.
Variações | No dia: -1,02% | Na semana: -0,03% | No mês: -2,89% | No ano: +11,91% | Em 12 meses: +12,94% |
Inflação na Inglaterra Divulgados no início do dia, os dados de inflação na Inglaterra e na Zona do Euro foram fatores-chave nas movimentações do mercado de divisas e contribuíram para que o dollar index fechasse a quarta-feira em baixa de 0,4%. Na Inglaterra, o nível de preços ao consumidor (CPI) de junho contrariou a mediana das expectativas do mercado ao apontar para a manutenção do índice em 2,8% a.a., mesmo nível do mês passado, ante estimativa de ligeira queda. O indicador vinha em tendência de queda desde o pico de 11,1% observado em outubro de 2022, e esperava-se que o dado deste mês tornasse mais claro o viés da próxima decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), em agosto. Apesar de as apostas ainda indicarem a possibilidade de corte no próximo mês, entende-se também que a decisão do BoE ainda depende de dados do mercado de trabalho. Após a divulgação do índice acima do esperado, a libra atingiu seu nível mais alto em quase dois anos em relação ao euro (€1,19) e em cerca de um ano em relação ao dólar ($1,30).
Inflação na zona do euro Na zona do euro, a taxa de inflação do mês de junho teve ligeira queda no comparativo com o mês anterior (-0,1 p.p.) e foi divulgada em 2,5% a.a. O núcleo do índice, que exclui os componentes voláteis de energia e alimentos, manteve-se estável em 2,8%. A inflação nos serviços também permaneceu alta, com uma taxa de 4,1% em relação ao ano anterior. A divulgação do índice acontece um dia antes da decisão de política monetária do Banco Central Europeu, prevista para amanhã (18) às 09h15, e contribui para a expectativa dos agentes de mercado de que a reunião manterá a taxa de juros da zona do euro em 4,25%. Na última decisão, optou-se por um corte 0,25% em meio a preocupações com os efeitos do aperto monetário na atividade econômica dos países membros. Dessa vez, entende-se que o corte não deve ocorrer por falta de desenvolvimentos significativos nos dados desde junho, e pelo fato de os membros, em geral, preferirem aguardar as novas projeções macroeconômicas trimestrais de setembro. Dessa forma, ambos os dados de inflação, tanto na Inglaterra, quanto na zona do euro, tendem a diminuir as apostas de afrouxamento monetário nas suas respectivas economias, o que favorece a desvalorização do dólar ante a libra esterlina e a moeda única europeia em um momento em que as estatísticas da economia americana indicam condições favoráveis para o início do afrouxamento monetário pelo Federal Reserve em setembro.
Mercado de moedas
Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.
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