Câmbio abre a quinta em baixa, cotado ao redor de R$ 5,64
Dólar deve refletir pessimismo externo, PIB americano e IPCA-15
▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,64 (-0,3%)
▲ Dollar Index (DXY): ~104,4 pontos (+0,1%)
Em dia de agenda cheia, o mercado de divisas deve repercutir a primeira leitura para o Produto Interno Bruto (PIB) americano para o segundo trimestre e a divulgação do IPCA-15 de julho, em meio a um ambiente global de aversão ao risco que tem penalizado as moedas de economias emergentes, como o real.
Agenda do dia (horário de Brasília):
• Estatísticas do Setor Externo de junho (Banco Central) – 08h30hmin.
• Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho (IBGE) – 09h00min.
• Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre nos EUA (BEA) – 09h30min.
• Encomendas de bens duráveis nos EUA de junho (Census Bureau) – 09h30min.
• Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA (DOL) – 09h30min.
• Arrecadação federal de junho (STN) – 10h30min.
• Palestra da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde – 12h00min.
PIB dos EUA mostra força da economia americana O dólar negociado no mercado interbancário abriu o dia em alta, porém gradativamente passou para leve baixa, quando era cotado ao redor de R$ 5,64 (10h20min). Nos últimos dias, o dólar fortaleceu-se em função de um cenário de aversão global a riscos pelos investidores, intensificado diante de preocupações com o vigor da economia americana e de uma instabilidade política mais evidente nos EUA. Nesse sentido, a divulgação de resultados de importantes empresas privadas no segundo trimestre têm sinalizado um ritmo de desaceleração, corroborando para esse cenário. Por isso, as estimativas para o PIB do segundo trimestre não indicavam grande otimismo para o crescimento econômico, apontando alta anualizada de 2%. A primeira leitura para o indicador, no entanto, mostrou que a economia cresceu a um ritmo anualizado de 2,8%, resultado acima do esperado e acima da leitura referente ao primeiro trimestre desse ano, que foi de 1,4% anual. Pelo menos no curto prazo, esse dado deve contribuir com a diminuição dos temores de uma recessão no país por parte dos agentes de mercado ao passo que mostra uma economia mais fortalecida do que previamente antecipada. Por outro lado, o indicador deve impactar também as expectativas inflacionárias no país, visto que economias aquecidas estão mais sujeitas a um aumento mais acelerado nos níveis de preços. O combate à inflação, cabe ressaltar, tem sido o principal direcionamento para formuladores de política econômica do país nos últimos meses, que mantém as taxas de juros no intervalo entre 5,25% e 5,50% a.a. desde julho do ano passado. Diante de sinais recentes de enfraquecimento da economia no país, entende-se que o afrouxamento monetário deve estar mais perto de acontecer, no entanto, a divulgação do PIB de hoje pode forçar os investidores a reavaliar essa expectativa. A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que determina o nível da taxa de juros americana, acontece na próxima quarta-feira (31) e deve dar mais respostas quanto a esse impasse.
IPCA-15 maior que o esperado O IPCA-15 brasileiro aumentou mais que o esperado em julho, quando cresceu 0,30% ante a junho, acima da estimativa mediana de 0,23%, enquanto itens monitorados aumentaram em 0,54%, preços de serviços aumentaram 0,71% e o núcleo do indicador, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, aumentou 0,39%. O IPCA-15 foi impulsionado pela alta de preços no segmento de transportes, com aumento de 1,43% na gasolina, 1,78% no etanol 6,21% em pedágios e 1,99% em ônibus interestaduais. Além disso, alguns serviços relacionados a transportes também apresentaram forte alta, como 12,08% em aluguel de veículos e 19,21% em passagem aérea. Já a deflação mensal do grupo alimentação e bebidas, de -0,44%, ajudou a limitar o crescimento do índice no mês. O dado deve contribuir para que as expectativas inflacionárias de investidores se mantenham mais altas, ao sugerir que a moderação de preços no Brasil, em particular em serviços, está desacelerando e que possíveis pressões inflacionárias podem ressurgir.
Iene penaliza moedas de carrego mais uma vez O iene japonês se fortalece pela quarta sessão consecutiva, acumulando mais de 3% de ganhos na semana, em meio a apostas de que o Banco Central do Japão elevará sua taxa de juros na sua decisão da próxima semana e expectativas de que o Federal Reserve possa iniciar um ciclo de cortes de juros em breve. Como o iene costuma ser usado por operadores do mercado financeiro como moeda de “funding” em operações de “carry trade” (ou carrego), sua valorização reduz os rendimentos dessas transações e pode estimular os agentes a desfazerem suas posições, prejudicando o desempenho de moedas como o real e o peso mexicano. Ou seja, ao se realizar o carrego, os investidores tomam recursos no sistema financeiro japonês, com baixo nível de juros, e os convertem em reais para aplicação no nosso sistema financeiro, de juros mais elevados. No final da operação, ou quando se desmonta a posição, há venda elevada de reais para saldar os financiamentos japoneses originais, enfraquecendo a moeda brasileira.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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