Câmbio encerra a quarta em alta, cotado a R$ 5,656
Dólar refletiu taxa Ptax de fim de mês e decisões de BCs
▲ Taxa de câmbio (USDBRL): R$ 5,656 (+0,6%)
▼ Dollar Index (DXY): 104,1 pontos (-0,4%)
O mercado de divisas repercutiu a disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês, que trouxe bastante volatilidade e concentrou o volume de operações nos horários utilizados pelo Banco Central (BC) para a sua formação. Adicionalmente, investidores repercutiram as decisões de política monetária do Banco Central do Japão (BoJ) e do Federal Reserve, enquanto aguardam pela decisão do Banco Central do Brasil.
Variações | No dia: +0,64% | Na semana: -0,04% | No mês: +1,16% | No ano: +16,58% | Em 12 meses: +19,60% |
Taxa Ptax de fim de mês O dólar negociado no mercado interbancário se manteve em alta durante toda a sessão desta quarta-feira, na contramão do enfraquecimento generalizado da moeda americana no exterior. O volume de transações do dia ficou concentrado entre os horários utilizados pelo Banco Central para a formação da taxa de câmbio Ptax, ou seja, entre os boletins das 10h00min e das 13h10min. A taxa Ptax é uma referência divulgada diariamente pelo BC e seu valor de fim de mês é muito utilizado em contratos de câmbio e de derivativos. Desta forma, os operadores do mercado intensificaram suas operações neste intervalo, disputando a sua definição. Hoje, a taxa Ptax de julho se encerrou em R$ 5,6621, alta de 1,9% em relação ao fechamento de junho.
Taxa Ptax de fim de mês – venda
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: StoneX.
BoJ aumenta juros e fortalece iene Nesta madrugada, o Banco Central do Japão aumentou a sua taxa básica de juros de um intervalo entre 0,0% e 0,1% a.a. para 0,25% a.a., bem como anunciou que deve reduzir seu ritmo de compras de títulos da dívida do país a partir de 2026, ajudando o iene a se valorizar quase 2% no pregão. Após décadas de estímulo monetário massivo, o BoJ sinaliza que está mais confortável com o nível de inflação do país, prevendo que se mantenha ao redor da sua meta de 2% anuais, e indica que está preocupado com o valor do iene. O Ministério das Finanças japonês admitiu hoje que gastou US$36,2 bilhões em intervenções no mercado de moedas do país entre 27 de junho e 29 de julho, após gastar US$ 62,7 bilhões entre 26 de abril e 29 de maio. A elevação dos juros básicos japonês ajuda na atração de capitais estrangeiros no país, o que, por sua vez, fortalece o iene e prejudica o desempenho de moedas utilizadas para operações de “carry trade” (ou carrego), como o real e o peso mexicano. Como o iene costuma ser usado por operadores do mercado financeiro como moeda de “funding” para essas operações, uma valorização da moeda reduz os rendimentos dessas transações e estimula os agentes a desfazerem suas posições. Ou seja, é comum entre investidores tomar recursos no sistema financeiro japonês, com baixo nível de juros, e converter em reais para aplicação no sistema financeiro brasileiro, de juros mais elevados. Com a desmontagem das posições, há venda elevada de reais para saldar os financiamentos japoneses originais, enfraquecendo a moeda brasileira.
FOMC sinaliza para corte de juros em setembro Adicionalmente, o mercado de divisas repercutiu a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve de manter sua taxa básica de juros inalterada no intervalo entre 5,25% e 5,50% a.a., porém sinalizando claramente a possibilidade de cortes de juros em sua próxima reunião, em setembro. O comunicado afirmou que “houve mais algum progresso em direção à meta de 2% (de inflação) do Comitê”, enquanto o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou em entrevista coletiva que, embora não tenha sido debatido o que o FOMC faria nas próximas decisões, “um corte de juros em setembro pode[] estar na mesa” se a inflação continuar moderando até lá. A perspectiva de que as reduções de juros nos EUA estão cada vez mais próximas prejudica a expectativa de rentabilidade de títulos denominados em dólar e contribuiu para o seu enfraquecimento amplo contra outros pares.
À espera do Copom Quanto à decisão de política monetária no Brasil, que será divulgada às 18h30min, apesar de esperar-se que o Comitê de Política Monetária (Copom) também deva manter a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 10,50% a.a., o comunicado pode trazer um tom mais rígido contra a inflação. A leitura desfavorável do último IPCA-15 e o ambiente de negócios estressado com o pessimismo sobre a evolução das políticas fiscal e com ativos de risco podem levar o Copom a defender uma postura mais contracionista. Assim, nesse quadro de maior cautela e receio, os investidores avaliarão o comunicado da decisão em busca de sinais sobre a conduta futura do Comitê e de menções sobre a possível trajetória dos juros básicos. Se o BC de fato mostrar uma disposição de manter a política monetária mais rígida, é possível que contribua para reduzir levemente a percepção de riscos de ativos brasileiros, além de sinalizar uma perspectiva de diferencial de juros maior em relação a outras economias, podendo contribuir para um fortalecimento do real.
Mercado de moedas
Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.
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