Câmbio abre a quinta em alta, cotado ao redor de R$ 5,68
Dólar deve refletir decisão de BCs e dados econômicos americanos
▲ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,68 (+0,3%)
▲ Dollar Index (DXY): ~104,4 pontos (+0,4%)
O mercado de divisas repercute o tom mais firme do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que reforçou seus alertas para o risco de desancoragem das expectativas inflacionárias. Adicionalmente, investidores repercutem a divulgação de dados para a economia americana e a decisão de juros do Banco Central da Inglaterra.
Agenda do dia (horário de Brasília):
• Decisão sobre política monetária do Banco Central da Inglaterra (BoE) – 08h00min.
• Pedidos semanais de auxílio-desemprego (DOL) – 09h30min.
• Produtividade do Trabalho e Custos da Mão de Obra do segundo trimestre (BLS) – 09h30min.
• Índice Gerente de Compras (PMI) Industrial do Brasil de julho (S&P Global) – 10h00min.
• Índice Gerente de Compras (PMI) Industrial dos EUA de julho (S&P Global) – 10h45min.
• Índice Gerente de Compras (PMI) Industrial dos EUA de julho (ISM) – 11h00min.
Real mais fraco O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência de leve alta nas primeiras operações desta quinta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,66 (10h15min). Embora fosse esperado que o tom mais duro do comunicado do Copom contribuísse para um fortalecimento do real ao reduzir levemente a percepção de riscos de agentes e ao sinalizar uma perspectiva de diferencial de juros maior em relação a outras economias, o real se enfraquece na sessão. Essa desvalorização pode ser resultado da ausência no documento de uma sinalização clara sobre uma possível alta para taxa básica de juros (Selic) no futuro e de um fortalecimento externo da moeda americana.
Copom mais firme contra a inflação O comunicado da decisão de ontem do Copom adotou um tom mais firme em seus alertas sobre os riscos inflacionários provocado pela deterioração das expectativas de agentes e seus efeitos sobre as principais variáveis macroeconômicas brasileiras. No documento em que o Comitê anunciou que a estabilidade da taxa Selic em 10,50% a.a., o balanço de riscos foi alterado pela primeira vez desde novembro, tornando-o assimétrico e com viés de alta ao remover os riscos de persistência inflacionária no cenário externo e adicionar a “desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado” e “uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”. Por outro lado, a avaliação do impacto da piora das a percepção de riscos fiscais permaneceu fora do balanço de riscos, embora seu texto seja claro para alertar que essa deterioração do cenário fiscal impacta os preços de ativos brasileiros e a expectativa dos agentes e que esses, por sua vez, representam um risco maior para elevação da inflação. Embora o comunicado não tenha incluído, mais uma vez, sinalização futura (“forward guidance”), é possível deduzir que o Copom estaria mais próximo de uma alta de juros do que de um corte, o que deve reforçar a perspectiva de juros brasileiros mais elevados no curto prazo.
Sentimento misto no cenário externo No ambiente externo, mercado de divisas ainda deve refletir as decisões de política monetária no Japão e nos Estados Unidos de ontem, bem como a decisão do Banco da Inglaterra de hoje mais cedo. Ontem, repercutiram nas negociações do dólar americano o fortalecimento do iene japonês, impulsionado pelo aumento dos juros pelo Banco do Japão (BoJ), e o comunicado emitido pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve. No Japão, a decisão sinalizou que o BoJ estaria mais confortável com o nível de inflação do país, prevendo que se mantenha ao redor da sua meta de 2% anuais, e indicou preocupação com o valor do iene. Nos EUA, o comunicado emitido pelo FOMC após a decisão indicou a possibilidade de um corte de juros em setembro caso dados de inflação sem mantenham moderados. A perspectiva de um afrouxamento monetário mais próximo no país prejudica a expectativa de rentabilidade de títulos denominados em dólar e contribui para o seu enfraquecimento amplo contra outros pares. Nesse sentido, os agentes do mercado financeiro acompanham a divulgação de dados para auxílio-desemprego e PMI no país, com expectativa de números brandos em ambos. A decisão do Banco da Inglaterra de hoje, por outro lado, tende a fortalecer o dólar globalmente após o órgão optar por um corte de 0,25 p.p. de sua taxa básica de juros, de 5,25% para 5,00% a.a., e encerrar um período de quase um ano de manutenção da seu valor – o primeiro corte de juros desde março de 2020. O nível anterior era o maior em 16 anos no país. Apesar do corte, que sinaliza uma menor preocupação inflacionária, a decisão levantou dúvidas pelos agentes de mercado ao comunicar uma decisão dividida, com 5 votos pelo corte ante 4 votos contra pelos dirigentes do Banco da Inglaterra. A falta de unanimidade, nesse sentido, ainda sugere um ambiente de cautela para o contexto inflacionário no país.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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