Câmbio abre quarta perto da estabilidade, cotado ao redor de R$ 5,45
Dólar deve refletir dados de inflação ao consumidor nos EUA e expectativas para decisão do Fed em setembro
▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,49 (-0,2%)
▼ Dollar Index (DXY): ~102,49 pontos (-0,1%)
O par real/dólar operava perto da estabilidade nos primeiros minutos de pregão desta quarta-feira (14), logo abaixo dos R$ 5,45, com leve viés de baixa. O direcionamento das cotações deve passar a demonstrar maior clareza a partir das 9h30 (horário de Brasília), quando será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, indicador-chave na definição das probabilidades por um possível corte da taxa de juros do Federal Reserve em setembro.
Agenda do dia (horário de Brasília):
• Índice de preços ao consumidor (CPI) de julho no Reino Unido (ONS) – 03h00min.
• Produto interno bruto (PIB) do 2º trimestre na Zona do Euro – 06h00min.
• Pesquisa mensal de comércio de junho (IBGE) – 09h00min.
• Índice de preços ao consumidor (CPI) de julho nos EUA (BLS) – 09h30min.
• Fluxo cambial semanal (BC) – 14h30min.
• Produção industrial de julho na China (NBS) – 23h00min.
• Vendas no varejo de julho na China – 23h00min.
CPI em linha com o esperado Apesar de ser um dia com indicadores econômicos relevantes nas principais economias globais, o mercado de divisas deve se guiar principalmente, durante a sessão desta quarta-feira, pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que foi reportado em linha com a mediana das estimativas. Em julho, o indicador apresentou uma alta de 0,2%, após uma queda de 0,1% em junho. O núcleo do CPI, que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, também registrou um aumento de 0,2% no mês, seguindo um aumento de 0,1% em junho. No acumulado de 12 meses, o índice registrou um aumento de 2,9% ao ano, enquanto o núcleo subiu 3,2% ao ano, ambos alinhados com as expectativas dos analistas. Este é um indicador econômico amplamente monitorado pelos agentes de mercado, pois deve ser fator-chave para a decisão sobre a meta de juros do Fed em setembro (18/09), que será influenciada pela evolução dos indicadores econômicos com foco na estabilização do nível de preços. O CPI em linha com as expectativas alterou as posições dos investidores no mercado de juros futuros nos EUA, refletindo a atualização de suas apostas na magnitude do corte de juros do Fed em setembro. Em comparação ao nível observado ontem, a probabilidade de uma redução de 50 pontos base caiu de 53,0% para 41,5%, consolidando as perspectivas de um corte de 25 pontos base, agora em 58,5%.
Coesão entre os diretores do BC A política monetária nos EUA e no Brasil continua a predominar entre os fatores que têm conduzido as cotações no mercado de câmbio doméstico. Por aqui, os discursos mais conservadores de diretores do BC, contribuem para conferir suporte ao real. Na noite da terça-feira (13), em evento realizado em São Paulo, o diretor de política econômica do BC, Diogo Guillen, reforçou as preocupações do Comitê de Política Monetária (Copom) com a leitura do mercado em relação à estabilização do nível de preços. “As expectativas desancoradas aumentam muito o custo e, para trazer a inflação para meta tem um impacto sobre a atividade muito maior. Então, é nosso papel e uma parte da nossa missão, reancorar expectativas, mas salvaguardando a credibilidade”, afirmou Guillen. Em seus comentários, o diretor demonstrou coesão com as falas recentes de Gabriel Galípolo, diretor de política monetária, e do presidente do BC, Roberto Campos Neto, ao sinalizar a estratégia atual de manutenção da taxa de juros e a predisposição a uma elevação da Selic para fazer frente ao processo de desancoragem das expectativas. Ainda permanecem, contudo, os receios de influência do governo Lula sobre a condução da política monetária, em detrimento de uma postura mais técnica à frente da autarquia, em vista dos embates do presidente com Campos Neto, de seus ataques a decisões anteriores do Copom e da reunião dividida de maio. A busca por credibilidade dos diretores indicados por Lula deve passar por uma mudança na comunicação do Poder Executivo a esse respeito, assim como a continuidade da coerência da política monetária com a evolução das condições econômicas.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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