Câmbio termina terça em forte alta, cotado a R$ 5,655
Dólar refletiu mau humor externo, IPCA e dados fracos na China
▲ Taxa de câmbio (USDBRL): R$ 5,655 (1,3%)
= Dollar Index (DXY): 101,6 pontos (0,0%)
O mercado de divisas repercutiu o ambiente de negócios global avesso ao risco, em que investidores adotaram posições defensivas enquanto aguardam por dados de inflação e pelo debate de candidatos à presidência nos EUA. Adicionalmente, dados mais fracos para o comércio exterior chinês e uma leitura branda para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto contribuíram para o enfraquecimento do real.
Variações | No dia: +1,31% | Na semana: +1,17% | No mês: +0,33% | No ano: +16,56% | Em 12 meses: +14,69% |
Aversão global a riscos enfraquece real O dólar negociado no mercado interbancário encerrou esta terça-feira em forte alta, em uma sessão marcada pelo forte pessimismo externo e busca por ativos de segurança. Nesse contexto, a moeda americana se enfraqueceu ante divisas consideradas “portos-seguros”, como o iene e o franco suíço, ao mesmo tempo em que se fortaleceu frente a divisas de economias emergentes. Parte do comportamento avesso ao risco se deveu a uma montagem de posições defensivas por investidores antes do debate entre os candidatos à presidência americana esta noite e da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de agosto do país, eventos com potencial de provocar volatilidade nos mercados de ativos globais.
Desaceleração chinesa prejudica commodities Adicionalmente, a divulgação de dados de comércio exterior para a China em agosto reforçou a percepção de desaceleração da economia do país e prejudicou o desempenho de commodities e de moedas de países exportadores de produtos primários, como o real. O crescimento das importações frente ao mesmo período do ano anterior recuou de 7,2% em julho para apenas 0,5% em agosto, evidenciado o enfraquecimento da demanda interna do país e reduzindo as expectativas de compras por commodities no país. Por outro lado, as exportações contra o mesmo período do ano passado cresceram no ritmo mais rápido em 17 meses, ao avançar de 7% em julho para 8,7% em agosto, impulsionadas pela elevada procura de itens de alta tecnologia, como componentes eletrônicos para inteligência artificial e para veículos elétricos. Analistas apontam, também, que parte dessa expansão pode ser resultado de uma antecipação de compras de países que anunciaram, ou que estudam anunciar, a implantação de barreiras comerciais a alguns produtos chineses. Ainda assim, o desempenho mais robusto das vendas externas não deve ser suficiente para compensar a falta de dinamismo interno, reduzindo as expectativas para o crescimento chinês.
IPCA benigno diminui apostas para Selic Por fim, também contribuiu para o enfraquecimento do real a leitura mais favorável do IPCA de agosto, que passou de uma alta de 0,38% em julho para um recuo (deflação) de 0,02% em agosto, acumulando alta de 2,85% no ano e de 4,24% nos últimos 12 meses. Houve queda mensal de 0,18% nos preços administrados e alta de 0,24% nos itens de serviços e de 0,21% no núcleo do indicador, que exclui os componentes mais voláteis de alimentação e energia. Este resultado foi influenciado pela deflação do grupo de Alimentação e Bebidas (-0,44%) e de Habitação (-0,51%) e pela estabilidade de Transportes (0,00%). Este desempenho favorável pode diminuir as preocupações entre analistas de que a inflação possa voltar a se acelerar no Brasil e reduz parcialmente a pressão sobre o Banco Central para realizar novos aumentos na taxa básica de juros (Selic). A menor probabilidade de altas na Selic, por sua vez, diminui a expectativa para o diferencial de juros brasileiro e, consequentemente, prejudica a atração de investimentos estrangeiros, o que tende a enfraquecer o real.
Mercado de moedas
Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.
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