• Futuros de café arábica recuaram 120 pontos (0,7%) em NY, para US₵ 176,60/lb
• Preços futuros de café robusta recuaram USD 76/t em Londres (3,6%), para USD 2064/ton
• No Brasil, os preços de café arábica avançaram 1,9% e do café robusta recuaram 6,2%
• O dólar terminou a semana com alta de 1,2%
• Mercado segue principalmente influenciado por fatores técnicos e macroeconômicos
• Estoques GCA tiveram queda de 2,9% em fevereiro
• Dados de importação nos EUA em fevereiro serão divulgados pelo USDA no dia 05/04
• Foco dos agentes nas decisões das políticas monetárias no Brasil e nos EUA
Sem grandes novidades no ponto de vista de fundamentos, os futuros de café foram majoritariamente impactados por fatores técnicos e macroeconômicos – para mais detalhes sobre câmbio e macroeconomia, leia o Resumo Semanal de Câmbio. Os preços caíram e os volumes negociados na semana foram reduzidos, com a predominância da participação de agentes especulativos. A desvalorização do real durante a semana também contribuiu para pressionar os preços futuros de café – o par USDBRL teve alta de 1,2% na semana, fechando em USDBRL 5,28 na última sexta-feira (17).
Em Nova Iorque, o contrato mais ativo teve uma queda de 120 pontos (0,7%), fechando a semana cotado em US₵ 176,60/lb. Sofrendo com uma queda mais acentuada, o contrato mais ativo de café robusta terminou a semana com perdas de USD76/t (3,6%), fechando cotado em USD 2.064/t. De acordo com participantes do mercado, nas últimas duas semanas, a falta de fluxo comercial limitou o mercado robusta em Londres a atuar como uma ferramenta de arbitragem com o mercado de arábica.
Intraday semanal (contrato mais ativo) - 13/03 a 17/03
No mercado doméstico brasileiro, apesar da queda nos futuros, os preços de café arábica terminaram a semana em alta, suportado principalmente pela alta do dólar. O indicador CEPEA para o café arábica terminou a semana com valorização de 1,9% cotado em R$ 1.113,46/saca. Por outro lado, os preços terminaram a semana com fortes perdas, com o indicador CEPEA recuando 6,2% e fechando a sexta-feira (17) cotado em R$ 610,32/saca. Os preços de café robusta tem sido pressionado pela proximidade do início da colheita e pela disponibilidade do café robusta no mercado doméstico.
Preços de café no Brasil – CEPEA (R$/saca)
Do ponto de vista dos fundamentos, o mercado de café seguirá atento aos dados que podem indicar a tendência do consumo de café, como os estoques nos países, exportações etc. Novos dados só serão divulgados no final do mês e no início do próximo mês. Enquanto isso, o mercado continuará reagindo a fatores técnicos e macroeconômicos, como inflação, o dólar e as preocupações com uma possível recessão econômica. Será foco da atenção dos agentes as decisões das políticas monetárias no Brasil e nos EUA – para mais detalhes acesse a Agenda de Indicadores Econômicos.
De acordo com os dados divulgados pela Green Coffee Associtation (GCA), os estoques de café nos portos americanos totalizaram 6,105 milhões de sacas em fevereiro, representando uma queda de 159,9 mil sacas (2,6%) com relação ao mês anterior, mas um avanço de 339,6 mil sacas (5,9%) com relação a fevereiro do ano passado. Nos últimos 5 anos, os estoques GCA para o mês de fevereiro tiveram em média 6,047 milhões de sacas.
Estoques de café nos portos americanos - GCA (milhões de sacas)
Apesar da queda nos estoques GCA, muito tem se discutido se a queda foi suficiente para indicar um bom ritmo de demanda, tendo em vista que as exportações mundiais de café têm recuado.
Para janeiro, os estoques GCA haviam recuado 112,8 mil sacas (1,8%) se comparado com o mês anterior. As exportações brasileiras tiveram uma queda anual de mais de 18% e uma redução de 13% se comparado com o mês anterior, enquanto as importações dos EUA registraram recuo mensal de 41,7 mil sacas (2,3%) – se comparado com janeiro de 2022, as importações tiveram queda de 14,5%.
Para fevereiro, a grande questão gira em torno do fato de o Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, ter apresentado uma redução de 35,8% nas exportações totais de café verde, sendo uma queda de 16,2% se comparado com o mês anterior. De acordo com o Cecafé, entre dezembro e janeiro, houve uma queda de 114,4 mil sacas (18%) nas exportações brasileiras destinadas aos EUA. Entre janeiro e fevereiro, a retração foi de 46,3 mil sacas (9%) – considerando a variação anual, houve uma queda de 29,2% no acumulado das exportações (jan e fev) se comparado com o mesmo período de 2022.
Exportações brasileiras com destino aos EUA (mil sacas)
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