• Café arábica encerra semana cotado a US¢ 148,65/lb, queda de 2,1%
• Cotações de café robusta recuam 3,0% para USD 2407/t
• Indicador Cepea para o café arábica registrou queda de 1,6%, terminando a USD 804,89/saca
• Indicador Cepea para o café robusta avançou 1% para R$ 649,78/saca
• Alta do dólar seguiu como fator de pressão para as cotações do café na bolsa
• Mercado segue de olho nas perspectivas para florada. Relatos são de uma primeira onde de florada em regiões de Minas e São Paulo
• Sinal de consumo mais lento é principal fator limitante para recuperações nos preços
• EUA registra queda anual de 18% nas importações de café verde em julho
• Cecafé divulgar exportações de agosto na quarta-feira (13). Expectativa é de avanço
• Ice registra cafés brasileiros pendentes para classificação
Os preços futuros de café terminaram a última semana em queda, refletindo o avanço da colheita no Brasil, que se aproxima do fim e, consequentemente, contribui para a maior disponibilidade de café no mercado. Além disso, as movimentações da última semana foram consideradas calmas, tendo em vista o feriado do 7 de setembro no Brasil. Os preços também foram pressionados pela alta do dólar na semana, que apresentou um avanço de 0,8% para USDBRL 4,99 no fechamento da semana.
Em Nova Iorque, o contrato mais ativo, de dezembro, terminou o período com queda de 325 pontos (2,1%), fechando a sexta-feira (08) cotado em US₵ 148,65/lb. No terminal londrino, os preços futuros de café robusta apresentaram queda de USD 75/ton (3%) para o contrato mais ativo, de novembro, que fechou cotado em USD 2407/ton.
Intraday semanal (contrato mais ativo) – 04/09 a 08/09
No mercado doméstico brasileiro, os preços de café arábica e café robusta seguiram as movimentações nas bolsas de Nova Iorque e de Londres, terminando o período em queda. No entanto, a alta do dólar na semana compensou parte das quedas nos mercados futuros. Portanto, o recuo no mercado brasileiro foi menos intenso. O indicador Cepea para o café arábica terminou a semana com queda de 1,6%, cotado em R$ 804,89/sc. Para o café robusta, o indicador Cepea apontou para uma queda de 0,7%, fechando a semana cotado em R$ 649,78/sc.
Do ponto de vista dos fundamentos, o cenário continua inalterado. O foco das atenções agora é a abertura da florada principal no Brasil. Houve relatos que, de forma inesperada, a abertura da primeira onda da florada já aconteceu em algumas regiões de Minas Gerais e São Paulo. Como comentado em outras edições do relatório semanal, a partir da abertura da florada é necessário a manutenção de condições climáticas adequadas para que o pegamento da florada seja satisfatório. Enquanto uma abertura ampla das floradas com um clima favorável poderia alimentar um otimismo com a safra 2024, atuando de forma baixista para os preços, a abertura irregular intercalada por períodos de clima quente e seco poderia contribuir para um sentimento de pessimismo com relação a safra e atuar de forma positiva para os preços.
Além disso, um possível menor ritmo de consumo, como reflexo da inflação nos Estados Unidos e na Europa, segue sendo um fator preocupante que pode pressionar as cotações de café. Para um melhor entendimento da atual situação com relação ao consumo de café, é recomendado a leitura da matéria especial divulgada pelo Coffee Network, empresa do grupo StoneX, sobre o impacto da inflação no consumo global de café (“Não temos medo de admitir...temos um problema de demanda por café”).
Enquanto acredita-se que a demanda possa retomar melhor ritmo entre o final deste ano e início de 2024, principalmente nos Estados Unidos, em função de alguns fatores, como a inflação do café torrado e moído que vem cedendo no país e a aproximação do inverno no hemisfério norte, os registros até o momento ainda não indicaram sinais de reação. Os dados mais recentes para as importações americanas de café verde, referentes a julho, mostram que as compras americanas continuam em um ritmo mais lento. No mês, as importações totalizaram 1,928 milhões de sacas, ficando 18,0% abaixo de julho de 2022 e 7,8% menor que a média dos últimos 3 anos para o mês. Até o momento, todos os meses deste ano ficaram abaixo da média, com o acumulado, de 12,8 milhões de sacas, se posicionado 12,1% e 10,6% inferior em relação ao mesmo período do ano passado e à média de 3 anos.
Sazonalidade das importações de café verde nos Estados Unidos (milhões de sacas)
Nesta semana, haverá também a divulgação dos dados das exportações brasileiras pelo Cecafé, que deve publicar o desempenho dos embarques em agosto na próxima quarta-feira (13). Conforme mencionado no último semana, a expectativa é de forte avanço, com os dados prévios da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicando volume enviado de 3,3 milhões de sacas no total, aumento anual de 41%. Ainda que uma expansão de 41% não ocorra, sazonalmente, agosto costuma começar a mostrar uma entrada de maiores volumes do café brasileiro no mercado internacional, ritmo que tende a ganhar ainda maior tração nos seguintes meses até dezembro. Caso não haja grandes surpresas na divulgação da próxima quarta, o resultado tende a contribuir para que os preços continuem pressionados.
Outro fator que também chamou a atenção dos participantes é a provável entrada de café arábica brasileiro nos estoques certificados da ICE. Enquanto os volumes dos estoques vêm recuando ao longo do ano, saindo de 814 mil sacas no início de janeiro para 442 mil na atualização desta segunda-feira (11), passou-se a observar desde a semana passada a entrada de cafés brasileiros para serem classificados e, caso aprovados, serem adicionados aos armazéns da bolsa. Atualmente, 18,5 mil sacas aguardam classificação para entrar na bolsa. Ainda é difícil afirmar se este quadro se trata de cafés novos ou de uma recertificação de cafés, no entanto, uma continuidade destas entradas tenderia a aliviar as preocupações com a aproximação dos níveis historicamente baixos observados no final de 2022.
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