Essa estabilidade do etanol vai em linha com o observado nas últimas semanas, uma vez que o produto apresenta alta demanda desde meados de agosto, porém com oferta também elevada pelos canaviais do Centro-Sul (CS) – fator que mantém altos os estoques de hidratado do Centro-Sul, já que nos primeiros meses da safra, devido à baixa competitividade do hidratado em relação à gasolina, houve um consumo prejudicado.
Nesse sentido, a gasolina mais barata pouco afetou a dinâmica com o hidratado, já que a paridade em SP está abaixo de 70% desde julho – e abaixo de 65% desde agosto. Amanhã (31), a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP) deve liberar os dados de consumo para o mês de setembro, sendo a expectativa do mercado de que o consumo do biocombustível no Ciclo Otto cresça expressivamente, fazendo com que o álcool ganhe share de mercado, perdido desde meados do ano passado.
Com a maior demanda e redução nos volumes de moagem das usinas do Centro-Sul – movimento sazonal uma vez que o aumento no volume de chuvas tende a prejudicar as operações de colheita nas lavouras - os fatores altistas devem imperar sobre o hidratado daqui para frente. Assim, os estoques do produto devem começar a cair no próximo mês, pressionando de maneira altista os preços, dada a tendência de consumo fortalecido no curto prazo.
Fonte: StoneX Elaboração: StoneX.
Na última quarta-feira (25), a UNICA divulgou os dados para a primeira quinzena de outubro/23 da safra 2023/24 (abr-mar), indicando queda quinzenal de 25% na fabricação do hidratado, uma vez que o período teve altos volumes de chuva e cerca de 5 dias de perda de colheita – com a moagem retraindo para 32,8 MMT, contra 44,8 MMT na segunda quinzena de setembro. Para a segunda metade de outubro, espera-se uma moagem elevada para o período, uma vez que ainda se tem bastante cana nos campos, o que pode explicar essa estabilidade do etanol ao longo do mês. Novembro, por sua vez, já deve demonstrar um ritmo menor de moagem diária, com o início da entressafra na maior parte das usinas.
Observando a precificação dos combustíveis, a paridade da gasolina importada com a nacional aponta para uma defasagem negativa de aproximadamente R$0,07/Litro, cenário que não ameaça prejuízos na demanda do biocombustível, pois nos patamares atuais a gasolina precisaria reduzir cerca de R$0,20/Litro na bomba, o que teria que gerar um reajuste de aproximadamente R$0,25/Litro por parte da Petrobras, cenário pouco provável no curto prazo.
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