Na última quarta-feira (12), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 80,11 bbl (+0,89%) e USD 75,75 bbl (+1,23%).
Pela primeira vez desde abril o Brent encerrou uma sessão acima de USD 80 bbl, apoiado pela divulgação do indicador de inflação nos Estados Unidos. O resultado deve influenciar as próximas decisões do Fed, o qual pode reduzir o ritmo do aperto monetário planejado para o segundo semestres. Assim, apesar da alta dos estoques de petróleo no país, os futuros do petróleo já acumulam alta de 4,5% na semana.
CPI abaixo do esperado nos EUA De acordo com dados oficiais, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, sigla em inglês) cresceu 0,2% em junho nos Estados Unidos, contra expectativa média de 0,3%. Assim, o indicador no acumulado em 12 meses saiu de 4% em maio para 3% em junho, com o núcleo da inflação também recuando (5,3% em maio para 4,8% em junho). O resultado sinaliza que a inflação no país está convergindo para a meta do Banco Central (2%), o que deve influenciar as próximas decisões do Fed, com a entidade podendo interromper o ciclo de alta de juros após um último reajuste em julho (+0,25 p.p). Esse cenário foi positivo para o petróleo ontem, com o aumento do apetite por risco de investidores suportando os contratos, além das perspectivas de redução dos impactos que o aperto monetário teria sobre o consumo de combustíveis.
DOE registra alta dos estoques de petróleo Ontem, o relatório semanal do DOE registrou expansão dos estoques de petróleo em 5,95 milhões de barris, alcançando 458 milhões de barris e passando a operar acima da média histórica dos últimos cinco anos. Apesar do aumento na demanda doméstica – com o fator de utilização das refinarias (FUT) expandindo em 2,6 pontos e alcançando 93,7% da capacidade total – a manutenção de uma produção interna aquecida e a forte queda semanal das exportações da commodity permitiram o processo de reconstrução das reservas. Já para os derivados, foi observado um crescimento das reservas de diesel, em 4,81 milhões de barris, enquanto o indicador para a gasolina se manteve relativamente estável, com queda de 4 mil barris. Em relação ao diesel, a alta foi garantida por uma expressiva recuperação da produção, que chegou próximo à média histórica dos últimos cinco anos, como também uma forte diminuição do consumo, que passou a operar próximo das mínimas históricas.
IEA projeta demanda recorde em 2023 De acordo com as novas projeções do relatório mensal da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), a demanda global por petróleo deverá atingir 102,1 mbpd em 2023, um aumento de 2,2 mbpd em relação à 2022, mas uma redução de 0,2 mbpd em relação ao reporte de junho. A entidade segue apontando a China como o maior vetor de crescimento para esse ano, em especial por conta da indústria petroquímica, enquanto o consumo em países da OCDE deve seguir menos expressivo. A revisão negativa sobre o consumo global reflete a desaceleração econômica com o aperto monetário de Bancos Centrais em importantes polos consumidores deve limitar a demanda por combustíveis, além de uma recuperação aquém do esperado na China. Apesar da redução mais recente nas projeções, a IEA segue estimando um balanço global deficitário até o final de 2023.
Importações de petróleo crescem na China De acordo com os dados divulgados pelo GACC, as importações de petróleo da China em junho alcançaram 12,67 mbpd, marcando aumento de 45,3% frente ao mesmo período do ano passado, quando o país ainda se recuperava das últimas ondas de COVID-19. No comparativo com maio/23, houve um crescimento do indicador em 4,5%, evidenciando que o país segue expandindo as compras externas de óleo bruto em meio ao processo de reconstrução dos estoques da commodity para o segundo semestre, com as últimas estimativas apontando para reservas do país totalizando 980 milhões de barris, segundo maior registro da série histórica – ficando atrás apenas do observado em agosto/20, de 1 bilhão de barris.
Petróleo amanhece em estabilidade Hoje pela manhã (13), as cotações abriram a sessão em leve alta, com o contrato do Brent para vencimento em setembro/23 operando em USD 80,18 (+0,09%) até as 09h30. O otimismo com a inflação norte-americana contribui para suportar os futuros do petróleo, mas as revisões da IEA sobre a demanda global limitam maiores escaladas dos preços.
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