Na última quinta-feira (13), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 81,36 bbl (+1,56%) e USD 76,89 bbl (+1,50%).
Problemas envolvendo a oferta de petróleo na Líbia e Nigéria contribuíram para apoiar as cotações, reforçando a tendência de alta dos últimos dias junto com projeções de uma demanda ainda aquecida em 2023. Ademais, o maior otimismo com o consumo nos EUA após a divulgação de queda na inflação acumulada no país também supera, por hora, os receios com o cenário macroeconômico que prevaleceu nas últimas semanas.
Paralizações em campos de petróleo na Líbia A produção no segundo maior campo de petróleo na Líbia (Sharara) está paralisada devidos a conflitos políticos na região com manifestantes descontentes pela prisão de uma figura política que atende os interesses de tribos do país e estava concorrendo a vaga de Presidente do Banco Central. Outros campos menores no país também estão paralisados nessa sexta-feira (14), levando a uma queda da produção nacional em até 370 kbpd. Instabilidades políticas na Líbia perduram desde 2011, levando a disrupções sobre a oferta doméstica com maior frequência. Não se tem previsão da retomada das produçacampos, o que deve impactar fortemente o fornecimento de petróleo africano nos próximos dias.
OPEP revisa projeções de demanda global Ontem, a OPEP promoveu uma leve revisão para cima das projeções de expansão do consumo global de petróleo para 2023, em 0,09 mbpd, com o indicador passando a operar em 2,44 mbpd. Para 2024, as expectativas são de um crescimento menor, em 2,25 mbpd, em meio às expectativas de uma desaceleração do crescimento da demanda pela commodity ao longo dos próximos anos. Ainda assim, o valor é o dobro do estimado pela IEA, que aguarda um aumento de 1,1 mbpd no ano que vem, enquanto o indicador do DOE aponta para alta em 1,65 mbpd. Nesse sentido, a OPEP apresenta uma visão mais otimista em relação ao crescimento do consumo, em meio à projeção de uma manutenção da expansão do PIB mundial em 2023 e 2024.
Projeção de crescimento da demanda global em 2023 e 2024
Fonte: IEA, OPEP, DOE. Elaboração: StoneX.
Petróleo russo comercializado acima do “price cap” De acordo com agências de rastreamento, empresas russas estariam comercializando petróleo do país acima do teto de preços estabelecidos pelas sanções do G7 (USD 60 bbl) em dezembro de 2022. Com a recuperação dos preços do Brent nas últimas semanas e o aumento da demanda pelo óleo bruto russo pela China e Índia, empresas do país estão aproveitando para melhorar as margens de exportações acima dos limites estabelecidos pelo G7. Apesar disso, entende-se que os fluxos comerciais não devem ser afetados, uma vez que as exportações para a Ásia dependem menos de financiamento de empresas ocidentais (que poderiam ser penalizadas caso estivessem envolvidas com o comércio dessas cargas), além de países compradores preferirem usar outras referências além do dólar para realizar as compras da commodity.
Petróleo amanhece em estabilidade Hoje pela manhã (14), as cotações abriram a sessão em leve queda, com o contrato do Brent para vencimento em setembro/23 operando em USD 81,27 (-0,09%) até as 09h10. Mercado ainda assimila os impactos sobre oferta de petróleo com os impasses produtivos na África e falas do Ministro de Energia russo, Alexander Novak, de que a produção no país segue crescente e que estaria a cargo das empresas decidirem se reduziriam as exportações e a oferta em agosto.
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