Na última semana, as cotações de futuros do Brent acumularam alta de 1,8%, terminando a última sexta-feira (14) negociadas a USD 79,87 bbl, enquanto o WTI ficou em USD 75,42 bbl.
A sessão de sexta-feira marcou queda das referências do petróleo, com investidores realizando lucros e a retomada das operações de campos na Líbia pressionando as cotações. Apesar das perdas, o petróleo conseguiu sustentar a tendência de alta pela terceira semana consecutiva, levando o Brent atingir o maior valor em 11 semanas na quinta-feira (13). O movimento reflete, principalmente, projeções de uma demanda recorde pelo óleo bruto em 2023 em meio a cortes produtivos de importantes produtores, indicando um balanço deficitário para os próximos trimestres.
Pessimismo com economia persistem A semana havia iniciado em queda, com um cenário macroeconômico menos positivos nos Estados Unidos e China alimentando aversão ao risco de investidores. Na segunda-feira (10), a China havia registrado uma queda de 0,2% do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, sigla em inglês) em junho em relação a maio, marcando estabilidade no comparativo anual (jun/22). O resultado veio abaixo daquele estimado pelo mercado, reforçando a percepção de que a atividade econômica na China não está se recuperando no ritmo esperado no início do ano, podendo levar o governo chinês a anunciar um pacote de estímulos para garantir o crescimento no segundo semestre.
Nos Estados Unidos, representantes do Banco Central reforçaram a necessidade de novos aumentos da taxa de juros do país em 2023, com a economia mostrando resiliência frente o ciclo de aperto monetário promovido nos últimos meses. Esse cenário prejudicaria a recuperação econômica dos Estados Unidos, bem como a demanda por petróleo e derivados. No entanto, a aversão ao risco promovida no início da semana se suavizou com a divulgação do CPI norte-americano em junho, dado que o indicador veio abaixo das projeções do mercado, levando a inflação acumulada nos últimos 12 meses a cair de 4% em maio para 3% em junho. Esse recuo aproxima o indicador da meta oficial do Fed (2% a.a), levando a crer que a instituição possa encerrar o ciclo de aperto monetário após julho.
Projeções da IEA e OPEP influenciam mercado Em seus reportes mensais, tanto a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês) quanto OPEP seguiram projetando um balanço global deficitário em 2023, o que influenciou positivamente os preços do óleo bruto ao longo da semana. A IEA, apesar de estimar uma demanda recorde em 2023 (a qual deve atingir 102,1 mbpd), reduziu o volume em 0,2 mbpd em relação ao relatório de junho. A justificativa é que a recuperação econômica em ritmo mais lento na China e os impactos do ciclo de aumento de juros na Europa e EUA sobre o consumo de combustíveis devem limitar a demanda global por petróleo. A OPEP, por sua vez, seguiu apostando no aumento do consumo de óleo bruto, expandindo o indicador em 0,09 mbpd em relação ao reporte de junho.
Estabilização de campos na Líbia Um dos fatores que contribuiu para suportar os preços na última semana foi a paralização das atividades de mais de 100 campos de petróleo na Líbia, os quais produzem mais de 0,34 mbpd. A parada forçada na sexta-feira (14) foi motivada por conflitos políticos no país envolvendo a prisão de um membro do governo, com a instabilidade política da região interferindo mais uma vez sobre a extração de petróleo. No entanto, a produção nos campos de Sharara e El Feel retomou parcialmente na noite de sábado, contribuindo para pressionar as cotações nessa segunda-feira.
Preços amanhecem em baixa Hoje pela manhã (17), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em setembro/23 operando em USD 78,95 (-1,16%) até as 09h10. As cotações do petróleo seguem pressionadas pela divulgação de um crescimento do PIB chinês no segundo trimestre de 2023 (+6,3%) abaixo das expectativas do mercado (+7,3%), gerando um menor otimismo dos agentes acerca do desempenho da economia chinesa ao longo dos próximos meses.
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