Diário de Petróleo

Apesar de queda na última sessão, petróleo encerra semana em alta
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última semana, as cotações de futuros do Brent acumularam alta de 1,8%, terminando a última sexta-feira (14) negociadas a USD 79,87 bbl, enquanto o WTI ficou em USD 75,42 bbl. 

A sessão de sexta-feira marcou queda das referências do petróleo, com investidores realizando lucros e a retomada das operações de campos na Líbia pressionando as cotações. Apesar das perdas, o petróleo conseguiu sustentar a tendência de alta pela terceira semana consecutiva, levando o Brent atingir o maior valor em 11 semanas na quinta-feira (13). O movimento reflete, principalmente, projeções de uma demanda recorde pelo óleo bruto em 2023 em meio a cortes produtivos de importantes produtores, indicando um balanço deficitário para os próximos trimestres.


Pessimismo com economia persistem A semana havia iniciado em queda, com um cenário macroeconômico menos positivos nos Estados Unidos e China alimentando aversão ao risco de investidores. Na segunda-feira (10), a China havia registrado uma queda de 0,2% do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, sigla em inglês) em junho em relação a maio, marcando estabilidade no comparativo anual (jun/22). O resultado veio abaixo daquele estimado pelo mercado, reforçando a percepção de que a atividade econômica na China não está se recuperando no ritmo esperado no início do ano, podendo levar o governo chinês a anunciar um pacote de estímulos para garantir o crescimento no segundo semestre. 

Nos Estados Unidos, representantes do Banco Central reforçaram a necessidade de novos aumentos da taxa de juros do país em 2023, com a economia mostrando resiliência frente o ciclo de aperto monetário promovido nos últimos meses. Esse cenário prejudicaria a recuperação econômica dos Estados Unidos, bem como a demanda por petróleo e derivados. No entanto, a aversão ao risco promovida no início da semana se suavizou com a divulgação do CPI norte-americano em junho, dado que o indicador veio abaixo das projeções do mercado, levando a inflação acumulada nos últimos 12 meses a cair de 4% em maio para 3% em junho. Esse recuo aproxima o indicador da meta oficial do Fed (2% a.a), levando a crer que a instituição possa encerrar o ciclo de aperto monetário após julho.   

Projeções da IEA e OPEP influenciam mercado Em seus reportes mensais, tanto a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês) quanto OPEP seguiram projetando um balanço global deficitário em 2023, o que influenciou positivamente os preços do óleo bruto ao longo da semana. A IEA, apesar de estimar uma demanda recorde em 2023 (a qual deve atingir 102,1 mbpd), reduziu o volume em 0,2 mbpd em relação ao relatório de junho. A justificativa é que a recuperação econômica em ritmo mais lento na China e os impactos do ciclo de aumento de juros na Europa e EUA sobre o consumo de combustíveis devem limitar a demanda global por petróleo. A OPEP, por sua vez, seguiu apostando no aumento do consumo de óleo bruto, expandindo o indicador em 0,09 mbpd em relação ao reporte de junho.

Estabilização de campos na Líbia Um dos fatores que contribuiu para suportar os preços na última semana foi a paralização das atividades de mais de 100 campos de petróleo na Líbia, os quais produzem mais de 0,34 mbpd. A parada forçada na sexta-feira (14) foi motivada por conflitos políticos no país envolvendo a prisão de um membro do governo, com a instabilidade política da região interferindo mais uma vez sobre a extração de petróleo. No entanto, a produção nos campos de Sharara e El Feel retomou parcialmente na noite de sábado, contribuindo para pressionar as cotações nessa segunda-feira. 

Preços amanhecem em baixa Hoje pela manhã (17), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em setembro/23 operando em USD 78,95 (-1,16%) até as 09h10. As cotações do petróleo seguem pressionadas pela divulgação de um crescimento do PIB chinês no segundo trimestre de 2023 (+6,3%) abaixo das expectativas do mercado (+7,3%), gerando um menor otimismo dos agentes acerca do desempenho da economia chinesa ao longo dos próximos meses.
 

TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)
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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
 
Tags relacionadas: Energia

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