Na última segunda-feira (17), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, sendo cotadas a USD 78,5 bbl (-1,72%) e USD 74,15 bbl (-1,68%).
O petróleo acumulou mais uma sessão em queda, revertendo os ganhos da última semana e voltando a operar abaixo de USD 80 bbl. O crescimento do PIB chinês abaixo do esperado no segundo trimestre alimentou o pessimismo de investidores, contribuindo para pressionar os futuros do óleo bruto em conjunto com a retomada das operações em campos de extração da Líbia.
PIB chinês cresce abaixo do esperado De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS, sigla em inglês), o PIB chinês expandiu no segundo trimestre de 2023 em 5,5% no comparativo com o mesmo período de 2022. A evolução do indicador ficou abaixo do projetado pelo mercado, que aguardava um aumento mais acelerado, de 7,3%, trazendo receios sobre uma desaceleração do crescimento econômico do país e afetando as perspectivas de demanda por petróleo e derivados ao longo dos próximos meses. Apesar da divulgação de novos estímulos fiscais por parte do governo chinês, as expectativas seguem de que a expansão da economia chinesa para 2023 fique próxima das metas governamentais, de 5% - valor considerado baixo pelo mercado, que aguardava um aumento mais acelerado do PIB para esse ano. Tal situação acabou por pressionar as cotações do óleo bruto ao longo da sessão de ontem.
Exportações de petróleo russo recuam De acordo com empresas de rastreamento, as exportações russas de petróleo recuaram para o menor nível em seis meses na média das últimas quatro semanas, refletindo o limite de exportações previamente anunciado pelo governo. Estima-se que o país comercializou nas últimas semanas, em média, 3,10 mbpd, marcando queda de 0,78 mbpd em relação a maio. O petróleo russo segue sendo destinado, em sua maioria, para Ásia, com a Índia se consolidando como a principal parceira comercial de Moscou.
Em março, o Ministro de Energia do país, Alexander Novak, havia anunciado uma redução na oferta de petróleo em 500 kbpd. No entanto, nos meses subsequentes, observou-se um aumento das exportações do país, as quais não seriam condizentes com os cortes definidos pelo governo. As reduções das exportações nas últimas semanas, por sua vez, começam a refletir essa meta, e devem seguir recuando em agosto, respondendo a nova promessa de redução das exportações definida no início do mês. O corte ocorre em momento oportuno, dado que o preço da referência russa (Urals) está acima de USD 60 bbl, ultrapassando o “limite de preços” definido pelo G7, o que deve impactar a logística das exportações e prejudicar os compradores asiáticos.
China reduz exportações de diesel De acordo com os dados providos pelo GACC, as exportações de diesel chinês em junho recuaram 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado, além de apresentar uma redução mensal de 51,6%, totalizando 69,78 kbpd – menor valor registrado desde maio/22. Mesmo com a redução das vendas do derivado, as exportações totais de produtos petrolíferos pela China alcançaram cerca de 1.170 kbpd, maior valor dos últimos três meses, marcando uma alta de 40% frente a junho/22. A alta reflete o aumento da produção de combustíveis no país, com as exportações de diesel, gasolina e QAV, no acumulado de 2023 (janeiro a junho), crescendo na ordem de 263%, 11% e 57% no comparativo com o mesmo período de 2022.
Exportação de combustíveis pela China entre janeiro e junho - kbpd
Preços amanhecem em alta Hoje pela manhã (18), as cotações abriram a sessão em leve alta, com o contrato do Brent para vencimento em setembro/23 operando em USD 78,84 (+0,45%) até as 09h00. Após duas sessões em forte queda, os futuros do petróleo encontram um espaço para recuperação, mas o pessimismo com demanda chinesa ainda limita maiores ganhos da commodity.
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