Na última quarta-feira (26), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, sendo cotadas a USD 82,92 bbl (-0,86%) e USD 78,78 bbl (-1,07%).
Com o resultado de ontem, o petróleo rompe com a trajetória de alta das últimas quatro sessões, pressionado pelo novo aumento da taxa de juros nos Estados Unidos promovido pelo Fed. No entanto, a queda dos estoques de petróleo no país e preocupações envolvendo a oferta global nos próximos meses contribuíram para limitar as perdas de ontem, permitindo que o Brent seguisse operando acima da marca de USD 80 bbl.
Aumento de juros nos EUA Como antecipado, o Fed promoveu um aumento de 0,25 p.p da taxa básica de juros norte-americana, elevando-a para o intervalo entre 5,25% e 5,5% a.a., o maior valor em 22 anos. Em comunicado oficial, a instituição não descartou a necessidade de novos aumentos até o final do ano, mas os últimos dados da economia do país indicam para o mercado que a inflação está desacelerando de forma consistente, o que não deve motivar novos reajustes positivos da taxa de juros. Assim, a decisão do Fed pressionou os futuros do petróleo, mas as perspectivas de encerramento do ciclo de apertos monetários contribuíram para limitar maiores recuos dos contratos.
Estoques de petróleo e derivados caem nos EUA De acordo com os dados providos pelo DOE, os estoques de petróleo marcaram queda semanal de 600 mil barris, alcançando 457 milhões de barris, em meio a uma queda da produção doméstica e um avanço significativo das exportações, que operaram acima das máximas históricas dos últimos cinco anos. As reservas de gasolina e diesel também caíram, na ordem de 786 mil e 245 mil barris, respectivamente, com a produção de ambos os combustíveis reduzindo conforme diminuição do fator de utilização das refinarias em 0,9 p.p. Além disso, foi observado uma recuperação do consumo doméstico desses derivados, passando a operar acima das mínimas históricas dos últimos cinco anos. A divulgação do relatório entregou certo suporte às cotações do petróleo, impedindo maiores quedas ao longo da sessão de ontem.
Petrobras reduz produção de petróleo no segundo trimestre De acordo com o Relatório de Produção e Vendas da Petrobras, a produção de petróleo da companhia recuou 0,6% no segundo trimestre em relação ao mesmo período em 2022, ficando em 2,1 mbpd. A estatal justificou o valor com resultado de perdas pela manutenção e a maturidade dos campos de extração, além de destacar a produção de óleo no pré-sal (1,7 mbpd) no campo de Itapu. Os resultados de refino e comercialização se mostraram mais positivos, registrando o aumento do volume de vendas no mercado interno no 2T (0,3%), especialmente da gasolina (+15,7%), dada a maior competitividade do combustível frente o etanol em meio aumento do mercado ciclo Otto.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (26), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em setembro/23 operando em USD 83,59 (+0,81%) até as 09h20. Os preços do petróleo passam a operar nos maiores patamares desde meados de abril, em meio aos receios de que o mercado comece a sentir os efeitos das quedas produtivas voluntárias da Arábia Saudita e das exportações pela Rússia. Paralelo a isso, a redução dos estoques nos EUA segue entregando suporte às cotações da commodity, sobrepondo o pessimismo com a alta da taxa de juros pelo Fed.
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