Na última semana, as cotações de futuros do Brent acumularam alta de 4,84%, terminando a última sexta-feira (28) negociadas a USD 84,99 bbl (+0,89%), enquanto o WTI ficou em USD 80,58 bbl (+0,61%).
As discussões acerca de novos estímulos econômicos na China, a divulgação do PIB americano no segundo trimestre acima do esperado e a queda dos estoques de petróleo e derivados nos EUA seguiram como os principais fatores de suporte aos preços do petróleo, que fechou pela quinta semana seguida em alta, com o contrato mais ativo do Brent acumulando expansão de 13,5% desde o início de julho.
Perspectivas de estímulos econômicos na China Na última segunda-feira (24), a China realizou um encontro para discutir a economia do país, fator que poderá impactar a trajetória de crescimento ao longo do segundo semestre. Nessa reunião, o governo central sinalizou uma mudança das políticas no setor imobiliário (que representa quase 20% da economia), saindo de uma política restritiva para assumir viés mais expansionista. Além disso, a intenção de aprovar uma lista com mais de 2,9 mil projetos de investimentos do setor privado (que somam quase USD 455 bilhões) também melhorou os ânimos de investidores. As medidas visam estimular a demanda, o crescimento e revigorar o mercado de trabalho chinês, podendo influenciar fortemente a demanda por combustíveis no país – contribuindo, assim, para suportar os preços do Brent no início da semana passada.
Aumento de juros nos EUA Impedindo maior suporte aos preços, na última quarta-feira (26), o Fed promoveu um aumento de 0,25 p.p da taxa básica de juros norte-americana, elevando-a para o intervalo entre 5,25% e 5,5% a.a., o maior valor em 22 anos. Em comunicado oficial, a instituição não descartou a necessidade de novos aumentos até o final do ano, mas os últimos dados da economia do país indicam para o mercado que a inflação está desacelerando de forma consistente, o que não deve motivar novos reajustes positivos da taxa de juros. Assim, a decisão do Fed pressionou os futuros do petróleo, mas as perspectivas de encerramento do ciclo de apertos monetários contribuíram para limitar maiores recuos dos contratos.
Estoques de petróleo e derivados caem nos EUA De acordo com os dados providos pelo DOE, ao longo da semana passada, os estoques de petróleo marcaram queda semanal de 600 mil barris, alcançando 457 milhões de barris, em meio a uma queda da produção doméstica e um avanço significativo das exportações, que operaram acima das máximas históricas dos últimos cinco anos. As reservas de gasolina e diesel também caíram, na ordem de 786 mil e 245 mil barris, respectivamente, com a produção de ambos os combustíveis reduzindo conforme diminuição do fator de utilização das refinarias em 0,9 p.p. Além disso, foi observado uma recuperação do consumo doméstico desses derivados, passando a operar acima das mínimas históricas dos últimos cinco anos. A divulgação do relatório entregou certo suporte às cotações do petróleo, impedindo maiores quedas ao longo da sessão de quarta-feira (26).
PIB dos EUA surpreende Um dos fatores que alimentou o apetite por risco de investidores foi a divulgação do PIB norte-americano no segundo trimestre. De acordo com dados oficiais, o PIB do país expandiu 2,4% entre abril e junho no comparativo anual, valor acima dos 1,8% estimados por agentes do mercado. O resultado reflete a resiliência da economia dos EUA apesar do aperto monetário promovido pelo Fed no último ano, e alivia temores de recessão no país. O indicador foi considerado positivo pelo mercado, dado que o PIB registrou um aumento dos gastos de consumo, mas em um ritmo menor, além de sinalizar um aumento dos investimentos em meio a queda da inflação no país, apesar dos juros elevados. Em geral, o índice positivo suportou o petróleo ao indicar que a demanda por petróleo e derivados nos EUA não será afetada por uma recessão em 2023.
Arábia Saudita deve estender período de cortes voluntários Na sexta-feira (28), os preços do petróleo foram suportados pela perspectiva de que a Arábia Saudita estenda o período do corte voluntário de sua produção em 1 mbpd para setembro/23, mantendo assim três meses de redução em cerca de 10% da sua oferta total. Tal cenário ocorre em meio à expectativa do mercado de que o país siga se movimentando para manter as cotações da commodity elevadas, conforme a insatisfação da OPEP+ em relação ao comportamento recente dos preços do óleo bruto no mercado internacional. Nesse sentido, nas próximas semanas, os agentes financeiros seguirão atentos a novos anúncios por parte dos sauditas. Caso confirmada, a extensão dos cortes deve entregar maior sustentação aos preços do energético, que opera no maior valor desde abril/23.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (31), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em outubro/23 operando em USD 85,06 (+0,75%) até as 09h10. A divulgação de um crescimento do PIB da Zona do Euro ao longo do segundo trimestre acima do estimado pelo mercado – avanço de 0,6% frente as projeções de expansão em 0,5% no comparativo com o mesmo período de 2022 – trouxe perspectivas mais otimistas em relação à demanda por petróleo e combustíveis no continente europeu, com a França e a Espanha guiando o crescimento econômico ao longo do trimestre citado.
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