Na última semana, as cotações de futuros do Brent acumularam alta de 0,79%, terminando a última sexta-feira (04) negociadas a USD 86,24 bbl (+1,29%), enquanto o WTI ficou em USD 82,82 bbl (+1,56%).
Apesar da divulgação de alguns indicadores econômicos negativos em regiões consumidoras chaves de petróleo e derivados, as cotações do óleo bruto fecharam a sexta semana seguida em alta em meio aos receios dos agentes petrolíferos sobre a situação da oferta global da commodity.
Fatores macroeconômicos pesam sobre petróleo Na segunda-feira passada (31), a China registrou a quarta queda mensal seguida do PMI industrial, mantendo a retração das atividades econômica do setor, que sofre dificuldades para retornar no cenário pós-pandemia. Na terça-feira (01), foi registrado na Zona do Euro uma manutenção do PMI industrial em julho, que se manteve em 42,7 pontos, valor expressivamente abaixo dos 50 pontos, que indica queda das atividades. Contribuindo para uma maior aversão ao risco, no mesmo dia, o ISM divulgou o PMI industrial dos EUA, que alcançou 46,4 pontos, evidenciando que as três regiões seguem com as atividades manufatureiras em baixa, fator que contribui para uma deterioração da demanda por petróleo e combustíveis. Tal cenário acabou por pressionar de maneira expressiva as cotações do óleo bruto ao longo de quarta-feira (02), em meio aos novos receios em relação a evolução do consumo da commodity nos próximos meses.
EUA registra queda histórica dos estoques de petróleo De acordo com os dados disponibilizados pelo DOE, as reservas de petróleo registraram a maior queda semanal da série histórica, em 17,05 milhões de barris, com as reservas comerciais totais alcançando 440 milhões de barris. O indicador passa a operar levemente abaixo das médias históricas dos últimos cinco anos, com a redução semanal vindo em linha com o divulgado pelo API, de 15,4 milhões de barris. Tal movimentação surpreendeu o mercado, que esperava uma redução menor, de 1,5 milhão de barris. A baixa foi motivada principalmente pelo aumento das exportações, que alcançou o quarto maior valor semanal de 2023 e operou acima das máximas históricas dos últimos cinco anos para o período. Além disso, a região que registrou queda mais alta das reservas foi a Costa do Golfo (15,6 milhões de barris), conforme as refinarias locais processaram o maior volume de petróleo desde agosto/22.
Anúncios da Arábia Saudita e Rússia suportam petróleo Na quinta-feira (03), os preços do petróleo recuperaram as perdas da sessão anterior após os anúncios feitos pela Arábia Saudita e Rússia sobre a oferta de petróleo por ambos os países. Enquanto o governo saudita confirmou a extensão do corte voluntário de 1 mbpd da produção do país para setembro, a Rússia anunciou o corte em 0,3 mbpd das exportações de petróleo pelo país ao longo do mesmo mês. A movimentação coordenada de ambos os países logo após as quedas das cotações na quarta-feira (02) reflete a insatisfação dos membros da OPEP+ com o cenário de preços da commodity nos últimos meses, afirmando haver um descolamento entre o mercado financeiro e físico do energético. Dessa forma, a reunião ministerial do grupo na sexta-feira (04) que procedeu as decisões acabou por manter intacta a política produtiva, não havendo a necessidade de redução compulsória da produção de outros membros.
Saudi Aramco expande preços para Ásia Após a decisão de estender os cortes voluntários de 1 mbpd para setembro, a Saudi Aramco anunciou no sábado (05) expansão dos preços oficiais de vendas (OSP, sigla em inglês) dos barris tipo Arab Light para compradores asiáticos. O aumento anunciado foi de USD 0,30 bbl, de modo que os valores do produto passam a operar USD 3,50 bbl acima da referência Omã/Dubai. Tal situação reflete a menor oferta dos energéticos sauditas ao longo dos últimos meses, em meio à mobilização do país e de alguns membros da OPEP+ para garantir a retomada do crescimento dos preços do petróleo, que alcançaram na semana passada o maior valor em quatro meses.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (07), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em outubro/23 operando em USD 85,55 (-0,82%) até as 09h20. Os agentes seguem aguardando novos fundamentos de mercado que permitam um melhor direcionamento do balanço de O&D global, em meio às incertezas sobre a demanda asiática e a queda da oferta global promovida por países membros da OPEP+.
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