Na última quarta-feira (16), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, sendo cotadas a USD 83,45 bbl (-1,7%) e USD 79,38 bbl (-1,99%).
A aversão ao risco de investidores seguiu influenciando as cotações do petróleo ontem, com a tendência baixista sendo reflexo de perspectivas menos positivas quanto o crescimento econômico chinês e receios de novos aumentos da taxa de juros nos Estados Unidos. Com a baixa nas últimas sessões, o WTI rompeu o suporte de USD 80 bbl, atingindo o menor valor em três semanas.
Preocupações com China persistem A divulgação de dados econômicos fracos na China no início da semana continuou afetando o apetite por risco do mercado, com investidores temendo um crescimento abaixo do esperado na segunda maior economia do mundo. Os setores de varejo – mas especialmente imobiliário – enfraquecidos se configuram como obstáculos para dinamizar a economia. Em um discurso publicado ontem pelo Partido Comunista Chinês (PCC), o presidente do país Xi Jinping pediu paciência e foco maior nos objetivos nacionais de longo prazo. Ademais, o resultado aquém da economia chinesa vem conseguindo reverter os ganhos do petróleo nas últimas semanas, com agentes do mercado preocupados também como esse movimento impactará a demanda por petróleo e derivados em 2023.
Novo aperto monetário nos EUA Outro fator baixista foram as falas de oficiais do Fed afirmando que não seria possível uma queda da inflação sem uma maior desaceleração econômica nos Estados Unidos. Assim, as apostas de que o Banco Central poderia retomar o aumento de juros em setembro voltaram a crescer pelo mercado, apesar de não haver um consenso entre os diretores da instituição, como se observava anteriormente. Vale lembrar que novos apertos monetários prejudicam o petróleo em duas frentes, no primeiro momento o menor apetite por risco de investidores favorece o dólar e outros ativos mais seguros e rentáveis frente o óleo bruto, e, no âmbito não financeiro, a desaceleração econômica impacta a demanda por combustíveis.
EUA registra queda dos estoques de petróleo De acordo com os dados divulgados pelo DOE, os estoques de petróleo retraíram 5,96 milhões de barris na semana passada, passando a operar levemente abaixo das médias históricas dos últimos cinco anos. Apesar de alcançar a maior produção do ano (12,7 mbpd), a expansão da demanda interna somada ao crescimento expressivo das exportações permitiu um balanço deficitário da commodity no período. Em relação aos derivados, foram observadas leves variações das reservas, com as de gasolina caindo 262 mil barris e as de diesel subindo 296 mil barris. A queda da produção e do consumo doméstico de ambos os combustíveis permitiu que os estoques se movimentassem de maneira quase lateralizada, causando pouco impacto na disponibilidade desses energéticos ao mercado norte-americano.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (17), as cotações abriram a sessão estáveis, com o contrato do Brent para vencimento em outubro/23 operando em USD 84,17 (+0,85%) até as 9h20. O petróleo recebe suporte em meio ao anúncio do banco central chinês sobre a tentativa do governo de promover novas políticas econômicas que reduzam os efeitos da crise imobiliária existente no país.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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