Na última quinta-feira (17), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 84,12 bbl (+0,8%) e USD 80,39 bbl (+1,27%).
O petróleo se encaminha para sua primeira queda semanal desde junho, com os receios em relação a economia chinesa e possíveis novos apertos monetários nos Estados Unidos limitando a tendência de alta da commodity. O desempenho negativo não se restringe ao óleo bruto, conforme outros ativos considerados arriscados também perderam força em meio valorização do dólar. Assim, apesar da leve recuperação ontem, o petróleo ainda não conseguiu reverter as perdas da semana.
Importação de petróleo recua na China Com a recente escalada dos preços do petróleo, observou-se uma queda dos fluxos da commodity para a China nas últimas semanas. Os elevados estoques da commodity no país, formados quando o óleo bruto operava em patamares menores, estariam abastecendo refinarias domésticas. Essa estratégia tem se mostrado comum para o país, levando empresas a adquirirem e armazenarem petróleo em período de baixa do mercado para não precisarem realizar essas compras quando se tem escalada dos preços. Esse movimento, por sua vez, pode atrapalhar a estratégia adotada pelos países da OPEP, dada que a diminuição da oferta global do óleo bruto tem impactos aliviados na China, maior importadora global do produto.
China aumenta exportações de diesel Enquanto os estoques de petróleo saudáveis na China permitem flexibilidade para compras sem comprometer o abastecimento doméstico, empresas do país aumentam as exportações de combustíveis, especialmente diesel. De acordo com dados oficiais, o país exportou 910 mil toneladas de diesel em julho, valor 153% maior do que no mesmo período no ano passado, com a gasolina também apresentando resultados expressivos no mês (1,2 milhões de toneladas, +39% a.a). O aumento das exportações do diesel reflete a desaceleração de setores industriais e imobiliário no país, com refinarias buscando o mercado externo pelas melhores margens de comercialização em meio a demanda doméstica desaquecida. O consumo interno de gasolina registrou uma recuperação em julho, dado o início da temporada de férias no país, levando a uma queda dos estoques.
Índia diminui compra de petróleo russo De acordo com fontes de algumas refinarias indianas, a Índia vem reduzindo os volumes adquiridos de barris tipo Urals com entrega para setembro em meio à escalada recente dos preços do petróleo e o processo de manutenção programada de alguns centros de processamento. Tal situação permitiu, em última instância, uma ampliação dos diferenciais entre os barris comercializados pelos russos e as referências globais, em meio à importância da Índia como compradora do óleo provido pela Rússia. As perspectivas, portanto, seguem de que os indianos aguardarão um avanço ainda maior do spread entre as cotações para retomar os volumes comprados previamente.
Spread entre Dated Brent e Urals (USD/BBL)
Fonte: Platts. Elaboração: StoneX.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (17), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em outubro/23 operando em USD 83,59 (-0,67%) até as 9h20. O sentimento baixista do mercado, especialmente em relação a China, limita a recuperação do petróleo, levando a commodity registrar uma queda semanal de 3,2% até o momento. .
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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