Na última terça-feira (29), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 84,91 bbl (+1,24%) e USD 80,68 bbl (+1,32%).
Após passar por algumas sessões com preços praticamente lateralizados, com fundamentos mistos influenciando investidores, o petróleo encontrou suporte ontem com uma série de notícias favoráveis ao óleo bruto. Nos Estados Unidos, a chegada do furacão Idália, queda dos estoques de petróleo por mais uma semana e melhoras de indicadores econômicos melhoraram as perspectivas de agentes de mercado em relação a commodity. Além disso, a Arábia Saudita deve elevar o preço dos contratos de petróleo para a Ásia para o maior valor em dez meses.
Dados do mercado de trabalho norte-americano aliviam receios sobre taxa de juros De acordo com os dados divulgados pelo Departamento de Trabalho dos EUA, a abertura de postos de trabalho nos EUA alcançou 8,8 milhões em julho, apresentando uma redução de 338 mil postos frente ao mês anterior. Paralelo a isso, o número também veio abaixo das expectativas do mercado, que esperava 9,5 milhões de vagas. Apesar de ser um indicador negativo para a economia americana, o cenário trouxe perspectivas mais otimistas ao redor da movimentação do Fed com a taxa de juros, com as expectativas apontando para uma desaceleração da política monetária contracionista aplicada pelo banco central americano em meio à redução das atividades de alguns setores, evidenciado tanto pela redução dos PMIs de serviços e de manufatura, como também o desaquecimento do mercado de trabalho americano. A desaceleração do crescimento da taxa de juros acarreta, portanto, melhores perspectivas para a demanda por petróleo e derivados, suportando os preços desses energéticos.
Empresas petrolíferas se preparam para passagem do furacão Ontem (29), o governo da Florida decretou estado de emergência, coordenando a retirada de habitantes das localidades em que o furacão Idália deve causar maior impacto. Apesar do estado não contar com produção de petróleo e derivados, a chegada de ventos próximos à região produtora da Costa do Golfo fez com que algumas empresas petrolíferas iniciassem medidas de precaução a acidentes, com a Chevron promovendo a retirada dos funcionários não essenciais das plataformas de Blind Faith e Petronius, em New Orleans. Em setembro do ano passado, a passagem do furacão Ian próximo à região causou redução de cerca de 11% (190 kbpd) da produção de óleo bruto na Costa do Golfo, evidenciando os impactos que a temporada de furacões causa à oferta da commodity nos EUA.
Arábia Saudita deve elevar contratos de outubro Rumores no mercado sinalizam que a Arábia Saudita deverá elevar os preços dos contratos para a Ásia em outubro para os maiores valores em dez meses, com o “Arab Light” aumentando USD 0,45 por barril em relação aos contratos de setembro. O movimento reflete a menor disponibilidade de petróleo saudita com os cortes voluntários do país de 1 mbpd, os quais devem ser estendidos em outubro. A alta também indica que o reino espera um aumento da demanda de petróleo em países asiáticos no quarto trimestre, apoiado pela recuperação do consumo de combustíveis na região.
API aponta queda dos estoques de petróleo Um dos fatores de suporte para o petróleo é a forte queda dos estoques nos Estados Unidos registrada pelo API. De acordo com o instituto, as reservas recuaram 11,4 milhões de barris, estendendo a queda pela terceira semana consecutiva e pressionando os estoques em direção às mínimas sazonais. Os combustíveis, por sua vez, registraram movimento oposto, com as reservas de gasolina e diesel expandindo 1,4 e 2,4 milhões de barris, respectivamente. O mercado ainda aguarda a divulgação de dados oficiais pelo DOE hoje (30), mas, caso esses movimentos se verifiquem, mostram que as taxas de refino e exportações de petróleo nos Estados Unidos continua aquecida, com empresas buscando se aproveitar das melhores margens e reduzindo os estoques.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (30), as cotações abriram a sessão em leve alta, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 85,36 (+0,53%) até as 09h00. O mercado reflete a queda dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, mas também a novos estímulos econômicos no mercado imobiliário na China, que devem ser divulgados em breve.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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