Diário de Petróleo

Petróleo encerra agosto em alta
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última quinta-feira (31), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 86,86 bbl (+1,16%) e USD 83,63 bbl (+2,45%).

No último dia do mês, os futuros do petróleo encontraram suporte com os rumores de que a Rússia também deve estender os cortes de exportações em outubro, seguindo o posicionamento da Arábia Saudita. Assim, mesmo após três semanas de queda no mês, o Brent acumulou alta de 1,64%, voltando operar acima de USD 85 bbl, e se encaminha para uma semana de alta robusta, acumulando 4,72% de aumento até quinta-feira (31). No Brasil, o consumo de diesel e gasolina seguiram fortalecidos em julho, registrando os melhores valores para o mês na série histórica.
 


Demanda de diesel segue expandindo no Brasil De acordo com os dados divulgados pela ANP, as vendas de diesel B alcançaram 5,71 milhões de m³, marcando aumento de 3,36% frente a julho/22 e rompendo as máximas históricas para o período pelo terceiro mês seguido. No acumulado anual, o indicador totaliza 36,92 milhões de m³, alta de 2,5% frente ao ano anterior. Tal cenário evidencia uma demanda aquecida pelo combustível, guiado principalmente pela situação das safras de soja e milho, com ambas quebrando novos recordes da série histórica. O início de um terceiro trimestre positivo indica que o consumo do derivado deve se manter em alta nos próximos meses, que sazonalmente se apresentam como o período de expansão da demanda por diesel no país.

Rússia deve prolongar cortes de exportações Fontes do mercado apontam que a Rússia pode estender os cortes de exportações de petróleo em outubro, anúncio que deve acompanhar o movimento da Arábia Saudita. Em agosto, a Rússia já havia definido uma queda de 500 kbpd e de 300 kbpd em setembro, os quais, aliados aos cortes produtivos voluntários de 1 mbpd da Arábia Saudita, contribuíram para pressionar ainda mais o balanço global da commodity ao limitar a recuperação dos estoques – que se encontram em patamares abaixo da média em importantes polos de consumo. Para outubro, é esperado que Moscou siga com as restrições de 300 kbpd em relação aos níveis de maio e junho desse ano, com a medida já influenciando as cotações do óleo bruto nessa sexta-feira (01).

China adiciona cotas para exportação de combustíveis De acordo com fontes comerciais chinesas, o governo central liberou no terceiro lote anual a exportação de 15 milhões de toneladas de derivados do petróleo, sendo 80% desse valor destinado a diesel, gasolina e QAV, e 20% direcionados ao combustível marítimo. No acumulado anual, as cotas de exportação totalizam 53,99 milhões de toneladas, marcando aumento de 55% frente ao mesmo período de 2022, quando foram permitidos 34,75 milhões de toneladas. O volume divulgado veio em linha com o esperado pelo mercado (10 – 20 milhões), evidenciando a demanda externa aquecida por combustíveis chineses, que segue com um consumo doméstico desaquecido frente as expectativas prévias, havendo a possibilidade de ampliar as vendas externas. Paralelo a isso, as expectativas seguem de que o governo não definirá um volume específico de cada derivado para as refinarias, entregando às empresas maior poder de decisão em relação aos produtos enviados para consumidores estrangeiros.

Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (01), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 87,76 (+1,06%) até as 09h20. As expectativas ao redor da extensão dos cortes produtivos pela Arábia Saudita e das exportações pela Rússia para outubro segue entregando suporte aos preços, conforme receio de um balanço mais apertado da commodity para o final do ano.
 

TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

 
Tags relacionadas: Energia

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