Na última terça-feira (05), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 90,04 bbl (+1,17%) e USD 86,69 bbl (+1,33%).
O petróleo já vinha de cinco sessões em alta apoiado pela perspectiva de extensão de cortes de oferta da Arábia Saudita e Rússia para outubro, mas mercado foi surpreendido pela de decisão dos países em levar essas restrições até o final do ano. Esse episódio elevou os preços dos futuros para os maiores valores desde novembro, com o Brent chegando a operar acima de USD 91 bbl ao longo do dia. Com o decorrer da sessão, no entanto, a escalada das cotações perdeu força apesar dos contratos ainda acumularem alta.
Arábia Saudita e Rússia estendem cortes até dezembro Na manhã de ontem (05), a Arábia Saudita anunciou a extensão do corte voluntário de 1 mbpd da sua oferta para o quarto trimestre de 2023, com reavaliação mensal sobre a produção. Logo após o anúncio feito pelos sauditas, o governo russo afirmou a manutenção dos cortes de exportação em 0,3 mbpd até o final do ano, com ambos os agentes relacionando essa decisão à necessidade de garantir um balanço de O&D estável.
Tal movimentação coordenada por esses países era esperada pelo mercado ainda essa semana. Ainda assim, as expectativas apontavam para uma extensão dos cortes até outubro, de modo que a escolha para manutenção da redução da oferta até dezembro trouxe surpresa aos agentes petrolíferos, que temem um balanço mais apertado em meio à retomada da demanda chinesa. Em julho, a Arábia Saudita já havia reduzido a sua produção em 0,97 mbpd, evidenciando que os sauditas seguem comprometidos com a redução voluntária anunciada. Paralelo a isso, conforme apresentado no Diário de Petróleo de ontem, as “exportações de petróleo pela Rússia atingiram em agosto o menor valor em 11 meses, totalizando 3 mbpd, valor bem abaixo do observado na média de abril e maio, de 3,8 mbpd.”
Fôlego altista em questão Como evidenciado anteriormente, o petróleo já vinha de uma sequência de altas intra diárias desde o início da semana passada, passando de USD 84 bbl para USD 90 bbl em apenas cinco sessões. Esses ganhos estavam relacionados às perspectivas de extensões dos cortes da OPEP, que se concretizaram ontem, mas os resultados expressivos podem não ser sustentados nos próximos dias. Ainda ontem o petróleo se afastou das máximas diárias de USD 91 bbl com investidores realizando lucros, mas também com preços já sofrendo correções técnicas. Nas primeiras horas da quarta-feira, a correção ainda continua na medida que o frenesi em relação a oferta é amortecido, já levando o Brent para abaixo da marca de USD 90 bbl novamente. Assim, apesar da extensão dos cortes produtivos até o final de 2023 impactarem fortemente o balanço global de petróleo, mercado deve voltar a precificar a desaceleração da demanda de combustíveis em grandes polos de consumo e a maior contração monetária nos EUA e Europa, limitando os ganhos dos últimos dias
No Brasil, paridade segue desfavorável para gasolina De acordo com a última atualização da ANP, o preço médio da gasolina em São Paulo ficou praticamente em estabilidade na última semana, em R$ 5,65/L. O valor é o maior registrado pela agência desde julho de 2022, com a retomada dos impostos federais e a escalada dos preços no mercado internacional impulsionando a gasolina nos últimos meses. Nesse cenário, a paridade com o etanol ficou abaixo de 70% por mais uma semana, marcando três meses consecutivos abaixo da marca, diminuindo a competitividade do fóssil frente ao biocombustível. No caso do diesel S10, o preço médio atingiu BRL 6,12 por litro na última semana em São Paulo, sendo o maior valor para o combustível desde fevereiro. Atualmente, não se tem perspectivas de reajustes negativos nos preços, uma vez que a escalada das referências internacionais e do câmbio nas últimas semanas devem limitar as decisões da Petrobras, apesar da atual estratégia de comercialização não ser pautada apenas pelo PPI.
Preços da Gasolina e de Diesel S10 para consumidor final – São Paulo (BRL/litro)
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (06), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 89,53 (-0,54%) até as 09h20. O petróleo rompe com a tendência altista que prevaleceu nas últimas seis sessões com o mercado ajustando os preços dos futuros após as grandes movimentações da terça-feira.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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