Na última quinta-feira (07), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, sendo cotadas a USD 89,92 bbl (-0,75%) e USD 86,87 bbl (-0,77%).
O petróleo recuou na última sessão frente dados econômicos mistos na China e correção técnica dos preços após sete sessões consecutivas em alta. Apesar do resultado negativo na quinta-feira, o Brent se encaminha para uma alta semanal de 3,52%, apoiado principalmente pelos cortes de oferta de petróleo voluntários da Arábia Saudita e Rússia até dezembro de 2023. Além disso, mais uma semana de queda dos estoques de óleo bruto nos Estados Unidos e o aumento das importações da commodity na China em agosto também alimentam o sentimento altista do mercado.
Importações de petróleo seguem crescendo na China De acordo com os dados providos pela Administração Geral das Alfândegas da China (GACC, sigla em inglês), as importações de petróleo alcançaram 12,69 mbpd em agosto – segundo maior valor da série histórica –, marcando alta de 30,9% frente ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 2023, as compras externas da commodity acumulam 11,46 mbpd, registrando expansão de 14,7% em relação ao ano passado. O crescimento das importações no ano reflete tanto o processo de reconstrução dos estoques chineses – que ultrapassaram 1 bilhão de barris em julho – como também o aumento expressivo do consumo de petróleo pelas refinarias, com o fator de utilização alcançando cerca de 86% da capacidade total, maior valor em onze anos.
Importações de petróleo pela China – mbpd
DOE registra queda dos estoques De acordo com os dados providos pelo DOE, os estoques comerciais de petróleo registraram mais uma queda expressiva, de 6,3 milhões de barris, frente as expectativas de baixa em 1,6 milhão. Com isso, as reservas comerciais do país passaram a operar abaixo dos níveis para o mesmo período de 2022, em 416 milhões de barris. A redução segue refletindo as exportações de óleo bruto pelos americanos, que continua rompendo as máximas históricas semanais, conforme aumento da demanda asiática e europeia. O consumo doméstico operando acima das médias e dos níveis de 2022 é outro fator de pressão aos estoques comerciais, que somados ao SPR (reservas estratégicas) se encontram em 767 milhões de barris, menor valor desde 1984.
Rússia planeja diminuir exportações de diesel A Rússia planeja diminuir as exportações de diesel em setembro devido a um período de manutenção nas refinarias, mas também para controlar os preços no mercado interno ao aumentar a disponibilidade do combustível. Fontes apontam uma queda de 240 kbpd de refino entre os dias 24 e 30 de agosto, o que deve impactar os fluxos de combustíveis saindo da Rússia em setembro. Até o momento, estima-se que os portos estejam se preparando para receber 1,87 milhões de toneladas do combustível, uma queda de 35% em relação a agosto, mas esse número pode aumentar nas próximas semanas. Vale destacar que não ocorreu um anúncio oficial indicando que o país deverá limitar as exportações de diesel no mês, apenas de petróleo (em 300 kbpd, confirmado ainda no início de agosto e que irá se estender até o final de 2023). Ainda assim, caso esse movimento se verifique, poderá prejudicar importantes importadores de diesel russo, em especial o Brasil, que se tornou o segundo maior comprador do combustível e foi destino de mais de 3,69 milhões de m³ do derivado russo desde o início de 2023.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (08), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 90,58 (+0,75%) até as 09h0. O óleo bruto reverteu as perdas de ontem apoiado pela queda dos estoques nos Estados Unidos e aumento das importações de petróleo na China em agosto, permitindo que o Brent voltasse a operar acima da marca de USD 90 bbl.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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