Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 2,37%, negociadas a USD 90,65 bbl (+0,81%) na última sexta-feira (08), enquanto o WTI ficou em USD 87,51 bbl (+0,74%), registrando uma alta semanal de 4,64%.
Nas últimas duas semanas, o Brent já cumula alta de 7,3%, com os futuros encontrando suporte a partir dos cortes produtivos na Arábia Saudita e de exportações na Rússia. A decisão dos países da OPEP, anunciada oficialmente na semana passada, deve pressionar ainda mais o balanço global da commodity em meio a uma maior recuperação da demanda esperada para o quarto trimestre. Além desse movimento, a queda dos estoques de óleo bruto nos Estados Unidos por mais um período também impactou os preços, apoiando o petróleo para acima de USD 90 bbl.
Decisão da OPEP surpreende A semana passada foi definida pela decisão da Arábia Saudita e Rússia em limitar a oferta de petróleo até o final de 2023. Especulava-se que os sauditas iriam seguir com a queda de 1 mbpd na produção em outubro, com Moscou também estendendo as restrições de 300 kbpd das exportações para o próximo mês. No entanto, ambos os países surpreenderam ao estender os prazos até o final do ano, o que deve impactar fortemente o balanço global ao limitar a oferta de petróleo em pelo menos 1,3 mbpd. Com essa decisão, os futuros do Brent operaram pela primeira vez acima de USD 90 bbl em dez meses, mostrando o grau de influência dos países da OPEP sobre o mercado. Assim, mesmo com correções técnicas podendo ocorrer nas próximas sessões, dada a inquietação dos agentes na semana passada, os cortes voluntários deverão seguir como um forte ponto de suporte para o petróleo.
Estoques em queda nos EUA De acordo com os dados providos pelo DOE, os estoques comerciais de petróleo registraram mais uma queda expressiva, de 6,3 milhões de barris, frente as expectativas de baixa em 1,6 milhão. Com isso, as reservas comerciais do país passaram a operar abaixo dos níveis para o mesmo período de 2022, em 416 milhões de barris, apesar da produção seguir nas máximas dos últimos 5 anos (12,8 mbpd). A redução segue refletindo as exportações de óleo bruto pelos americanos, que continua rompendo as máximas históricas semanais, conforme aumento da demanda asiática e europeia. Os combustíveis apresentaram resultados mistos, com as reservas de gasolina retraindo 2,6 milhões de barris e o diesel crescendo 679 mil barris no período. No caso do diesel, mesmo a alta dos estoques, apoiada pela queda das exportações e aumento da produção, ainda não é suficiente para afastar os estoques das mínimas sazonais. A gasolina também chama atenção pelo baixo nível das reservas, operando levemente abaixo dos níveis de 2022 (214,74 milhões de barris).
Importações de diesel no Brasil De acordo com MDIC, as importações de diesel em agosto atingiram 1,3 m³, levando o acumulado do ano para 9,33 m³. Apesar do volume expressivo, ele ficou abaixo dos níveis observados em ago/22, quando as importações chegaram a 1,8 m³. A Rússia seguiu a maior fornecedora do combustível para o país, com o resultado de agosto levando o país a representar 39,6% das importações totais brasileiras no acumulado do ano, seguida pelos Estados Unidos (2,55 milhões de m³, ou 27%) e Emirados Árabes Unidos (1 m³, ou 11%). Apesar das importações do diesel terem ficado abaixo dos níveis de 2022 pelo segundo mês consecutivo, a demanda pelo combustível segue bastante aquecida no mercado doméstico, e o lineup aponta para um elevado volume de cargas em direção ao país, o qual deve aumentar nas próximas semanas.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (11), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 90,44 (-0,23%) até as 09h20. Os preços recuam levemente conforme investidores se ajustam às novas informações, com parte do mercado também aguardando um novo aumento da taxa básica de juros na União Europeia nessa semana.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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