Na última quarta-feira (13), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em leve queda, sendo cotadas a USD 91,88 bbl (-0,2%) e USD 88,52 bbl (-0,36%).
O aumento dos estoques de petróleo nos Estados Unidos e do CPI de agosto contribuiu para pressionar as cotações do óleo bruto na última sessão, mas preocupações envolvendo a oferta global (com os cortes voluntários da Arábia Saudita e Rússia) limitaram a queda. Assim, o petróleo seguiu operando próximo às máximas do ano, quase rompendo com a marca de USD 93 bbl ao longo do dia, e encontra suporte nas primeiras horas da sessão de hoje (14), já revertendo o resultado negativo da quarta-feira.
DOE registra alta dos estoques De acordo com os dados divulgados pelo DOE, os estoques de petróleo registraram alta pela primeira vez em cinco semanas, avançando 3,95 milhões de barris, ao passo que as expectativas do mercado apontavam para queda em 2,46 milhões. A redução foi motivada principalmente por uma forte queda das importações, indo de 4,93 mbpd para 3,09 mbpd e se aproximando das médias históricas. Paralelo a isso, a produção (12,9 mbpd) e as importações (7,58 mbpd) alcançaram novas máximas anuais, garantindo um balanço superavitário da commodity na semana – mesmo em meio ao avanço da demanda doméstica, que opera perto das máximas históricas (16,8 mbpd). As reservas de gasolina e diesel também cresceram, na ordem de 5,56 milhões e 3,93 milhões de barris, respectivamente. Ambos os derivados registraram fortes quedas semanais da demanda interna e das exportações, reduzindo a pressão sobre os estoques. No caso do diesel, houve ainda o crescimento das importações, entrando mais barris ao mercado americano.
Preços da gasolina impactam CPI O CPI do mês de agosto nos Estados Unidos cresceu 0,6% em relação a julho, levando o indicador acumular uma alta anual de 3,7%. Trata-se do segundo mês consecutivo de alta, afastando-se da meta da taxa de inflação de 2% a.a definida pelo Banco Central e devendo apoiar a decisão do Fed em realizar novos aumentos na taxa básica de juros na próxima reunião. Um dos principais drivers dos preços no último mês foi o aumento da gasolina nos postos do país no final da “driving season”, a qual chegou próximo de USD 3,94 por galão na terceira semana de agosto, contra os USD 3,67 por galão no mês anterior. Esse movimento levou a agência de energia do país (EIA) a entrar em contato com refinarias para avaliar os níveis de estoques e os planos para os meses de outono, quando se costuma ter manutenções programadas em algumas unidades de processamento, a fim de garantir que não ocorrerá uma crise de abastecimento no mercado doméstico. A perspectiva, no entanto, é de que os preços do combustível sigam em alta nos próximos meses, tanto por uma queda da atividade de refinarias, mas também pela menor disponibilidade de petróleo no mercado a partir dos cortes voluntários da Arábia Saudita e Rússia.
China aumenta compras de petróleo iraniano Com a menor disponibilidade de petróleo no mercado internacional, e o consequente aumento dos preços das referências da commodity, refinarias chinesas estariam se voltando para o óleo bruto iraniano em detrimento de outros parceiros comerciais. As fontes afirmam, no entanto, que esse movimento está mais associado com refinarias de menor porte e privadas no país, com as estatais se mantendo afastadas diante das sanções norte-americanas e o risco de retaliação dos EUA. O petróleo iraniano é negociado no mercado internacional com grandes descontos, o que permitiria as refinarias comercializarem derivados com margens melhores e atender a demanda doméstica, a qual deve expandir nos próximos períodos. O Irã, por sua vez, vem aumentando sua produção nos últimos meses, com as exportações chegando a 1,5 mbpd de acordo com consultorias de rastreamento de tankers e 80% desse volume sendo direcionado para a China.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (14), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 93,08 (+1,3%) até as 09h10. Mercado reage às previsões de um balanço global mais apertado no quarto trimestre, com diversos agentes apontando um déficit em 2023 de até 1,2 mbpd, conforme projeções da IEA. Com isso, o petróleo se encaminha para mais uma semana de alta e segue nos patamares mais elevados dos últimos 11 meses.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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