Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 3,62%, negociadas a USD 93,93 bbl (+0,25%) na última sexta-feira (15), enquanto o WTI ficou em USD 90,77 bbl (+0,68%), registrando uma alta semanal de 3,73%.
O petróleo estendeu a sequência de alta pela terceira semana consecutiva, registrando ganhos de 8,14% desde o início de setembro, além de atingir os maiores valores em quase 11 meses. Os futuros ainda encontram suporte com os cortes produtivos da Arábia Saudita e de exportações da Rússia, com os impactos sobre o balanço global da commodity indicando um déficit ao longo de 2023. O mercado deve responder e seguir precificando o anúncio da OPEP nas próximas sessões, o que levou o Brent a operar acima de USD 95 bbl no início dessa semana
Projeções apontam balanço deficitário Um dos principais pontos de suporte para o petróleo na última semana foram as atualizações das projeções de agentes do mercado em relação ao balanço global em 2023. De acordo com o relatório divulgado pela OPEP, a demanda global por petróleo deverá expandir em 2,44 mbpd em 2023 e 2,25 mbpd em 2024, fortalecida principalmente pela expansão do consumo asiático, com a recuperação dos setores de turismo e viagens aéreas guiando a retomada da demanda pela commodity. Paralelo a isso, o DOE também manteve as projeções de expansão do consumo global de petróleo para 2023, em 1,8%, mas reduziu as estimativas para a oferta mundial, de expansão em 1,4% para 1,2%. Por fim, a IEA apontou que o balanço global em 2023 deverá ser deficitário em 1,2 mbpd, com o resultado refletindo a queda da oferta de países da OPEP em meio ao crescimento da demanda global em 2,2 mbpd nesse ano, atingindo 102,8 mbpd. O déficit deve ser amenizado, por sua vez, pelo aumento da produção dos Estados Unidos, Brasil e Irã, o que leva a oferta total a crescer 1,5 mbpd nesse ano em relação a 2022
EUA registra alta dos estoques O relatório do DOE surpreendeu mercado ao registrar uma alta dos estoques de petróleo pela primeira vez em cinco semanas, com as reservas expandindo 3,95 milhões de barris contra expectativa de queda de 2,46 milhões. O resultado refletiu uma retração das exportações em meio aumento da produção e das importações, superando também o crescimento da demanda doméstica no período. As reservas de diesel e gasolina também cresceram, na ordem de 5,56 milhões e 3,93 milhões de barris, respectivamente. Ambos os derivados registraram fortes quedas semanais da demanda interna e das exportações, reduzindo a pressão sobre os estoques. No caso do diesel, houve ainda o crescimento das importações, entrando mais barris ao mercado americano. Apesar de um DOE considerado baixista, os receios em relação aos estoques globais apertados limitaram a queda dos contratos do petróleo.
Preocupações com inflação de combustíveis A tendência altista do mercado foi acompanhada pela recuperação dos preços de combustíveis, o que prejudica os esforços de conter o avanço da inflação e devendo impactar a decisão de Bancos Centrais. Nos Estados Unidos, a alta da gasolina em agosto impactou o crescimento do CPI do mês, o que deve reforçar a estratégia do Fed em realizar pelo menos mais um aumento da taxa de juros esse ano. Os preços do combustível se afastaram das máximas observadas no mês passado, mas estoques em níveis menores e as variações do óleo bruto já levaram o contrato mais ativo do RBOB a acumular 6% de alta desde o início de setembro.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (18), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 94,42 (+0,57%) até as 09h20. Tendência altista continua se apoiando na perspectiva de um balanço global apertado após decisões da OPEP, além de mais uma rodada de estímulos econômicos na China, que podem impulsionar ainda mais a demanda por combustíveis no 4T.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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