Na última terça-feira (19), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em leve queda, sendo cotadas a USD 94,34 bbl (-0,10%) e USD 91,20 bbl (-0,31%).
Desde o início do mês, os contratos do petróleo registraram altas expressivas, alcançando os maiores patamares desde novembro apoiado por receios de um balanço global deficitário com os novos cortes de oferta de países da OPEP, movimento que chegou a levar o Brent para acima de USD 95 bbl ontem. A tendência altista, por sua vez, foi interrompida com investidores realizando lucros, o que levou a referência a recuar pela primeira vez após quatro sessões. Hoje pela manhã, a commodity segue em queda refletindo a liquidação de posições dos agentes enquanto mercado aguarda definições da taxa de juros nos Estados Unidos.
OCDE revisa previsões de crescimento A OCDE revisou suas projeções de crescimento da economia global, projetando que o PIB deve expandir 3% em 2023 e 2,7% em 2024. O novo reporte representou uma melhora dos valores estimados em junho, quando o crescimento em 2023 estava em 2,7%, mas significou uma redução das expectativas para 2024, que na projeção anterior era estimado uma expansão de 2,9%. A resiliência da economia norte-americana é apontada como um dos fatores que suportam o crescimento do PIB global apesar da desaceleração econômica chinesa, com o crescimento dessa ficando abaixo de 5% nas projeções da OCDE para 2024. A entidade também reforçou que o avanço da inflação liderada pelos preços dos alimentos e combustíveis também contribui para um desempenho mais fraco em algumas regiões, especialmente a zona do euro. Em geral, o reporte contribuiu para frear os ânimos altistas do mercado de petróleo ontem, com taxas de crescimento menos expressivas devendo impactar a demanda pela commodity.
API registra queda dos estoques Ontem o API registrou uma queda dos estoques de petróleo nos Estados Unidos na ordem de 5,2 milhões de barris. O valor é maior do que estimado por outros agentes do mercado, mas representa uma continuidade na tendência de queda das reservas norte-americanas brevemente interrompida semana passada. Os combustíveis apresentaram resultados mistos, mas ficando praticamente em estabilidade, com o diesel recuando 256 mil barris e a gasolina expandindo 732 mil barris no período. Em geral, exportações elevadas e um consumo doméstico também aquecido contribuem para limitar a recuperação dos estoques do país. Os agentes, agora, aguardam a divulgação do relatório DOE para avaliar a intensidade da queda dos estoques de petróleo.
Importações na índia recuam De acordo com dados oficiais do governo indiano, as importações de petróleo no país recuaram em agosto pelo terceiro mês consecutivo diante da menor disponibilidade do petróleo russo no mercado internacional. Os dados apontam uma queda de 3,9% em relação aos níveis de julho, ficando em 18,73 milhões de toneladas, mas ainda representa um aumento de 6,2% no comparativo com ago/22. Uma combinação de fatores contribui para a queda das importações indianas, em primeiro lugar se tem o início da temporada de manutenção em refinarias do país e o período de monções – que impacta a negativamente a demanda por combustíveis na região. Além disso, os preços menos atrativos das referências do petróleo no mercado internacional, em meio ao aumento dos impostos sobre as refinarias (aplicado a partir de julho), também impactam a margem das empresas. Ainda não é possível avaliar se as importações seguirão em queda nos próximos meses, contando que a Rússia, principal fornecedor para o país, seguirá com as limitações de exportações até o final de 2023.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (20), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 93,5 (-0,88%) até as 09h30. Agentes seguem revisando suas posições, pressionando os contratos, com mercado também aguardando a decisão do Fed nessa tarde quanto a taxa básica de inflação do país.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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