Na última quarta-feira (20), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, sendo cotadas a USD 93,53 bbl (-0,86%) e USD 90,28 bbl (-1,01%).
Apesar de um DOE altista, por registrar mais uma queda dos estoques de petróleo, mercado seguiu influenciado em maior medida pela realização de lucros dos agentes e pela decisão do Fed em manter o atual patamar de juros nos Estados Unidos. Assim, o Brent cedeu ganhos por mais uma sessão, praticamente eliminando os avanços da última semana em apenas dois dias.
Decisão do Fed influencia mercado Ontem, o Banco Central dos Estados Unidos decidiu manter a taxa básica de juros entre 5,25%-5,5%, mas perspectivas de pelo menos mais um aumento até o final do ano impactou mercado. O avanço da inflação no país nos últimos dois meses sinaliza que as medidas adotadas até o momento não foram suficientes para convergir a taxa com a meta do BC (2%), reflexo, por sua vez, de uma economia mais resiliente, o que levou até mesmo a OCDE revisar suas estimativas de crescimento para os EUA em 2023, de 1,8% em junho para 2,2% na última atualização. Assim, a expectativa dos dirigentes do Fed é de manter uma política monetária mais restritiva no próximo ano, mas que pode se estender até 2026. Essa perspectiva mais altista para a taxa de juros norte-americana, assim, contribuiu para impactar negativamente os preços do petróleo ontem, com mercado reavaliando posições em detrimento da commodity.
DOE registra queda das reservas De acordo com o último relatório DOE, as reservas de petróleo nos Estados Unidos recuaram 2,1 milhões de barris, com as reservas atingindo 428,5 milhões de barris. O valor seguiu as estimativas do mercado, apesar de ser menor do que o volume registrado pelo API no mesmo período (-5,2 milhões de barris). Com esse resultado, houve a retomada da tendência de queda dos estoques, que foi brevemente interrompida na semana passada, posicionando as reservas comerciais próximas aos menores valores nos últimos cinco anos para o período. Esse movimento segue refletindo as exportações elevadas do país, que se encontram muito acima da média dos últimos cinco anos (2,8 mbpd), chegando a ficar acima de 4,4 mbpd no último mês. Além disso, a demanda doméstica também se encontra em patamares elevados, fazendo com que, mesmo com o aumento acelerado da produção, o balanço doméstico fique deficitário, pressionando os estoques.
Os estoques dos combustíveis também apresentaram queda na semana passada, surpreendendo mercado ao registrar um recuo maior do que o esperado. As reservas de gasolina diminuíram, em 831 mil barris, contra expectativa média dos agentes de um aumento de 1,1 milhão de barris. Nesse momento, os estoques estão acima dos níveis praticados em 2022 nesse mesmo período, mas permanece próximo às mínimas do ano passado, com exportações pressionando as reservas apesar da queda do consumo. O diesel, por sua vez, apresentou recuo maior (-2,8 milhões de barris), com as reservas rompendo com a tendência de recuperação das últimas cinco semanas em meio a recuperação do consumo doméstico e queda da produção na última semana.
Rússia limita exportações de combustíveis A Rússia deve limitar temporariamente as exportações de diesel e gasolina a fim de garantir o abastecimento doméstico e controlar a escalada de preços que vem ocorrendo internamente. A medida foi anunciada pelo próprio governo russo na manhã dessa quinta-feira, e deve ser publicada oficialmente e com maiores detalhes nos próximos períodos. Essa decisão deve impactar ainda mais o balanço global de combustíveis, especialmente o de diesel, conforme a menor capacidade de refino global em meio também à limitação da oferta de petróleo, já afetam o mercado do combustível. Nos primeiros 20 dias de setembro, as exportações de diesel recuaram quase 30% em relação ao mesmo período de agosto, ficando em 1,7 milhão de toneladas, de acordo com dados de consultorias de rastreamento, com esses dados preliminares apontando também uma queda de 260 mil toneladas das exportações para o Brasil no comparativo com o mês passado. O Brasil deve ser especialmente impactado por essa medida, dado que o país se tornou o segundo maior importador de diesel russo no último ano, devendo observar uma queda dos fluxos nos próximos meses.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (21), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 93,2 (-0,34%) até as 09h20. A decisão do Fed segue influenciando mercado de petróleo, mas a restrição de exportações de combustíveis na Rússia contribuem para reverter parte da queda.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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