Diário de Petróleo

Realização de lucros interrompe tendência de alta do petróleo 
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 0,7%, negociadas a USD 93,27 bbl (-0,03%) na última sexta-feira (22), enquanto o WTI ficou em USD 90,03 bbl (+0,45%), registrando uma queda semanal de 0,82%.

Após atingir o maior valor em quase 11 meses, as cotações do petróleo recuaram levemente na última semana, pressionadas especialmente pela realização de lucros do mercado. Além dessa correção dos preços, um Fed mais contracionista também limitou a recuperação dos contratos, apesar de ter mantido o atual patamar de juros nos Estados Unidos. Em geral, o resultado negativo da semana foi amenizado pela notícia de que a Rússia irá banir temporariamente as exportações de combustíveis, deixando o balanço global de derivados ainda mais apertado em meio ao trimestre de recuperação do consumo.  
 


Fed altista contribui para recuo das cotações Quarta-feira passada, o Fed manteve o atual patamar de juros nos Estados Unidos em 5,25-5,5% a.a, acompanhando as estimativas do mercado, mas a intenção de manter uma política monetária mais apertada até 2024 impactou o ânimo dos investidores. Desde março/22 o banco central americano iniciou uma forte política contracionista no país, elevando os juros para o maior patamar em 22 anos a fim de interromper a escalada de preços e levar a inflação para a meta da instituição (2% a.a). Nos últimos meses, a queda do indicador de inflação levou os agentes a acreditarem que o Fed iria afrouxar sua política de juros, mas representantes do Banco Central reafirmaram um posicionamento mais restritivo nos próximos meses, defendendo mais um aumento da taxa básica e devendo manter essa em patamares elevados até 2025. Essa perspectiva contribuiu para maior aversão ao risco de investidores, levando a alta do dólar enquanto limitava a recuperação dos futuros do óleo bruto. 

Estoques de petróleo recuam nos EUA De acordo com os dados divulgados pelo DOE, os estoques comerciais de petróleo dos EUA recuaram 2,14 milhões de barris, indo em linha com o esperado pelo mercado. Com isso, as reservas se reaproximaram das mínimas sazonais, mesmo em meio à uma produção recorde para o ano (12,9 mbpd). O principal motivo segue sendo os altos níveis de exportação da commodity, que superam as máximas sazonais para o período, enquanto as importações se mantêm em linha com o observado em anos anteriores. Outro fator que segue preocupando o mercado está nos baixos dias de estoque/uso do energético nos EUA, que atualmente se mantém em 20 dias, ao passo que a média histórica dos últimos cinco anos é de 24, evidenciando a maior fragilidade sobre a disponibilidade de petróleo que o mercado americano passa frente a períodos passados.

Rússia bane exportações de combustíveis Um dos fatores que contribuiu para limitar a queda dos futuros na semana passada foi a decisão da Rússia em banir as exportações de combustíveis por tempo indeterminado, medida que pressiona fortemente a oferta de derivados no mercado internacional. Um dos motivos que levou a esse posicionamento foi a crise de abastecimento doméstica, com o aumento da demanda devido ao período de colheita e estoques baixos contribuindo para a escalada dos preços no mercado russo. O período de manutenção programa em refinarias do país também preocupa o governo, temendo que isso levasse a um aumento ainda maior dos preços durante o outono.   

O Brasil, por sua vez, deve ser afetado por essa medida por ser o segundo principal importador de diesel da Rússia. De acordo com dados do MDIC, Moscou é a fonte de quase 40% de todo volume importado do combustível em 2023 (3,7 milhões de m³), tornando-se o principal fornecedor ao oferecer um diesel com maiores descontos. Vale destacar que o Brasil importa cerca de 25% de sua demanda por diesel, com essa dependência externa impactando a precificação e a disponibilidade do combustível internamente. Assim, é provável que o país se volte para outros fornecedores nas próximas semanas, adquirindo um combustível mais caro no mercado internacional em relação aos preços do diesel russo e repassando esse custo adicional para as bombas.  

Petróleo amanhece em estabilidade Hoje pela manhã (25), as cotações abriram a sessão em estabilidade, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 93,2 (-0,06%) até as 09h10. Forças mistas afetam a formação dos preços, com investidores divididos entre um cenário macroeconômico menos positivo, especialmente nos Estados Unidos, mas também pelas decisões mais recentes de Moscou.  
 

TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

 
Tags relacionadas: Energia

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