Diário de Petróleo

Mercado estima aumento da produção da OPEP Agentes do mercado apontam que a produção da OPEP teria aumentado 120 kbpd em setembro, reflexo da recuperação da oferta nigeriana e iraniana, levando a produção total do cartel para 27,73 mbpd. A Nigéria estaria tentando recuperar os níveis produtivos mesmo com conflitos que afetam a operação dos campos de extração (especialmente saques), e o Irã vem aumentando a oferta apesar das sanções econômicas dos Estados Unidos, com os menores obstáculos para comercialização estimulando a produção. Caso esses valores se verifiquem, o movimento deve contribuir para aliviar as pressões geradas a partir dos cortes produtivos da Arábia Saudita e de exportações na Rússia desde julho, mas não o suficiente para reverter os impactos sobre essa decisão no mercado físico, já que as restrições desses dois países afetam a oferta global em até 1,3 mbpd. 

Estoques de petróleo nos EUA De acordo com o relatório DOE, as reservas de petróleo nos EUA recuaram 2,17 milhões de barris na última semana, valor acima daquele estimado pelo mercado (-1,2 milhão). Com isso, as reservas seguiram se aproximando das mínimas sazonais, ficando abaixo dos níveis observados em 2022 (416 milhões de barris contra 430 milhões no mesmo período no ano passado). Esse movimento é reflexo de exportações em patamares elevados, que, aliadas a um consumo doméstico ainda acima da média, mais que compensam o aumento da produção – a qual se manteve acima de 12,9 mbpd.  As reservas de gasolina e diesel, por outro lado, registraram expansão no comparativo semanal na ordem de 1,02 milhão e 398 mil barris, respectivamente. No caso da gasolina, uma demanda interna retraída somada à redução sazonal das importações compensou a queda produtiva, favorecendo a formação dos estoques. 

Vendas de combustíveis no Brasil Na última sexta-feira, a ANP divulgou o resultado das vendas de combustíveis no Brasil em agosto. De acordo com a agência, o consumo de diesel atingiu 6,2 milhões de m³ no mês, valor recorde para qualquer mês na série histórica e 6,97% maior do que no mesmo período no ano passado. Com isso, as vendas acumuladas do combustível alcançaram 43,1 milhões de m³ entre jan-ago, um aumento de 3% no comparativo anual. O resultado segue indicando um consumo aquecido pelo derivado, reflexo de boas safras agrícolas e uma melhora na economia, com as perspectivas da demanda se manter elevada até o final de 2023, apesar de talvez não alcançar a marca de agosto.

Após dois meses em queda, o consumo da gasolina voltou a crescer em agosto. De acordo com a ANP, as vendas chegaram a 3,9 milhões de m³ (+1,44% no comparativo anual), apesar da paridade com o etanol se manter desfavorável para o combustível fóssil no mês (abaixo de 70%). As vendas do biocombustível também expandiram em agosto, atingindo o melhor valor no ano (1,4 milhão de m³), o que sinaliza que o consumo de combustíveis do Ciclo Otto, em geral, está crescendo. Ademais, com o valor de agosto, as vendas acumuladas de gasolina chegaram a 30,8 milhões de m³ entre jan-ago, um aumento de 13% em relação ao mesmo período em 2022, mantendo-se acima das máximas sazonais por mais um mês. 

Vendas mensais de diesel (esq.) e gasolina (dir.) - Milhões de m³

Fonte: ANP. Elaboração: StoneX.

 

Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (02), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em dezembro/23 operando em USD 92,75 (+0,61%) até as 09h20. A leve alta segue refletindo temores de um mercado físico mais apertado nos próximos meses, com diversos feriados ocorrendo na Ásia contribuindo para menores movimentações no mercado hoje. 
 

Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.