Diário de Petróleo

Pessimismo macroeconômico pressiona petróleo
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última segunda-feira (02), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, sendo cotadas a USD 90,8 bbl (-0,8%) e USD 88,31 bbl (+0,02%).

O petróleo iniciou a semana em queda, recuando pela terceira sessão consecutiva. Mercado seguiu realizando lucros e ajustando posições, o que contribuiu para o resultado negativo, mas uma maior aversão ao risco com receios de uma recessão na economia global e maior aperto das políticas monetárias também alimentou o sentimento baixista dos investidores. Hoje pela manhã, os futuros da commodity seguem acumulando queda, respondendo a fundamentos externos ao mercado do óleo bruto e levando os preços para o menor patamar em três semanas.
 


PMI industrial nos EUA supera expectativas De acordo com os dados publicados pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, sigla em inglês), o PMI industrial dos EUA alcançou 49 pontos em setembro, marcando um aumento de 1,4 pontos em relação ao mês anterior. Paralelo a isso, o indicador se movimentou bem acima do estimado pelo mercado, que apontava expansão mensal de 0,1 pontos. Tal situação acabou suportando o Dollar Index (DXY) ao longo do dia, conforme um cenário econômico mais positivo nos EUA pode levar o FED a aplicar uma política monetária econômica mais agressiva, optando por novos aumentos na taxa de juros. Os receios ao redor das movimentações do banco central americano acabaram pressionando os preços do petróleo e de seus derivados, conforme perspectivas menos otimistas para a demanda no país ao longo dos próximos meses.

Revisão de preços sobre o Arab Light A Arábia Saudita deve revisar os preços do contrato do Arab Light para a Ásia pelo quinto mês consecutivo em novembro, movimento que ocorre após o país decidir estender as restrições sobre a oferta em 1 mbpd até o final de 2023. A decisão também indica que a demanda pelo óleo bruto no continente segue forte, o que justificaria os sauditas elevarem os preços dos contratos para o maior nível em 2023. Em geral, a OPEP espera um aumento de 2,3 mbpd da demanda global nesse ano, com um maior crescimento ao longo do quarto trimestre, e, caso isso se verifique, é possível que eles realizem um novo reajuste positivo até o final do ano. 

Exportações russas de diesel caem em setembro De acordo com rastreadoras marítimas, as exportações de diesel pela Rússia registraram queda de 27% em setembro no comparativo com o mês anterior, totalizando 664 kbpd. A redução dos fluxos ocorreu em meio à parada de algumas refinarias para manutenção e o início do banimento das vendas externas de combustíveis – medida adotada pelo governo russo para conter a escalada dos preços dos derivados ao consumido final, que cresciam em meio às fortes safras agrícolas no país, acarretando expansão da demanda pelo diesel e pressionando os estoques. A movimentação por parte de Moscou impactou principalmente países que importam grandes volumes de diesel da Rússia, principalmente a Turquia e o Brasil, que registraram quedas mensais das compras entre agosto e setembro na ordem de 42% e 25%, respectivamente, tendo de recompor os fluxos através de outros parceiros comerciais.

Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (03), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em dezembro/23 operando em USD 90,1 (-0,68%) até as 09h20. A maior aversão ao risco, com expectativas que as taxas de juros nos EUA possam crescer ainda mais em 2023 de acordo com projeções de bancos de investimentos, limitam a recuperação dos contratos e pressionam o petróleo pela quarta sessão. 
 

TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

 
Tags relacionadas: Energia

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