Na última terça-feira (03), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em leve alta, sendo cotadas a USD 90,92 bbl (+0,23%) e USD 89,23 bbl (+0,46%).
Ao longo do dia, os futuros do petróleo chegaram a variar quase 200 pontos, com a volatilidade refletindo a ausência de novos fundamentos no mercado incertezas sobre o direcionamento dos preços. No lado altista, que garantiu o resultado de ontem, têm-se os receios com os limites sobre a oferta global diante das decisões da Arábia Saudita e Rússia. O pessimismo com a cenário macroeconômico nos EUA e maior aversão ao risco, por sua vez, pressionaram fortemente os contratos, impedindo maiores avanços dos preços. Hoje pela manhã (04), os futuros acumulam forte queda, apesar de países da OPEP reiterarem seu compromisso com os cortes voluntários.
API aponta queda dos estoques O API divulgou que as reservas de petróleo nos Estados Unidos recuaram por mais uma semana, em 4,2 milhões de barris, volume maior do que as estimativas do mercado. Caso esse valor se verifique, estenderia mais uma semana a tendência de deterioração das reservas, as quais já se encontram abaixo dos níveis de 2022 e próximas às mínimas sazonais. Em Cushing, o API aponta um aumento de 705 mil barris, apesar dos fluxos para a região terem sido afetados pela interrupção do oleoduto de Keystone. As reservas dos combustíveis, por sua vez, registraram resultado positivo, com a gasolina e o diesel expandindo 3,9 milhões de barris e 349 mil barris, respectivamente, mesmo com uma queda da taxa de utilização das refinarias.
OPEP deve manter inalteradas as cotas produtivas De acordo com fontes internas da OPEP+, o grupo deve decidir na reunião ministerial de hoje pela continuidade dos volumes atuais de cotas produtivas. Tal cenário ocorre em meio à manutenção da decisão saudita dos cortes voluntários da sua produção em 1 mbpd, como também a diminuição das exportações pela Rússia em 0,3 mbpd até o final do ano. Paralelo a isso, a alta dos preços da commodity observada nos últimos meses permitiu que a OPEP+ mantivesse sua política produtiva inalterada, com os ajustes voluntários da Arábia Saudita e da Rússia auxiliando a escalada das cotações. Ainda assim, caso o aumento da oferta pela Nigéria e pelo Irã se verifique no curto prazo, é possível que o grupo analise nas próximas reuniões a possibilidade de novos cortes nos limites produtivos.
Índia mostra preocupação sobre oferta global O Ministro de Petróleo da Índia, Hardeep Singh Puri, pediu “sensibilidade” aos produtores globais de petróleo em relação à sua política produtiva. De acordo com o oficial do governo indiano, a forte escalada dos preços vem impactando de maneira significativa os grandes consumidores de petróleo, principalmente aqueles que não possuem uma produção significativa da commodity – com a Índia sendo o terceiro maior importador de óleo bruto atualmente. De acordo com os dados disponibilizados pelo ministério, o consumo de petróleo pelas refinarias indianas registrou um avanço acumulado entre janeiro e agosto de 2,9%, alcançando 5,34 mbpd. Somente em agosto/23, o indicador marcou um avanço de 12,2% em relação a agosto/22, indicando um aquecimento expressivo do setor, movido principalmente pela expansão das atividades econômicos no país. As importações da commodity, ao longo de todo 2023, totalizaram 4,81 mbpd, marcando aumento de 2,5% frente ao mesmo período do ano anterior.
Consumo de petróleo na Índia - mbpd
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (04), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em dezembro/23 operando em USD 89,34 (-1,7%) até as 09h10. Apesar de iniciar o dia em alta, os futuros cederam os ganhos das últimas sessões e levaram o Brent a operar abaixo de USD 90 bbl, nos menores patamares desde o início de setembro. Vários fatores influenciam esse movimento, especialmente a maior aversão ao risco com a perspectiva de aperto monetário nos Estados Unidos, que levou o Dollar Index atingir o maior valor em dez anos em detrimento de diversos ativos financeiros, inclusive o petróleo.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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