Na última quarta-feira (04), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em forte queda, sendo cotadas a USD 85,81 bbl (-5,62%) e USD 84,22 bbl (-5,61%).
Na última sessão, os futuros do petróleo sofreram fortes quedas, recuando mais de USD 5 bbl em um único dia e revertendo os ganhos que os contratos acumularam desde agosto. As movimentações da quarta-feira parecem ter respondido mais a fatores especulativos do mercado financeiro, com a maior aversão ao risco de investidores alterando a trajetória altista das cotações. Hoje pela manhã, os preços seguem em queda, com o Brent operando abaixo de USD 85 bbl pela primeira vez em cinco semanas.
Aversão ao risco impacta preços Ao longo do terceiro trimestre, os futuros do petróleo vinham em alta, com a tendência iniciada e impulsionada pelos cortes voluntários de oferta promovidos pela OPEP, em especial a Arábia Saudita e Rússia. As restrições no mercado físico da commodity pressionaram o balanço global e chegaram a levar o Brent para quase USD 97 bbl na semana passada. Esse cenário, por sua vez, não foi alterado ontem, o que leva a acreditar que fatores externos ao mercado do óleo bruto impactaram as cotações. Entende-se que uma forte aversão ao risco do mercado financeiro, em meio a um Dollar Index fortalecido e a expectativa de extensão da política monetária mais restritiva do Fed, levaram a queda dos contratos, movimento reforçado ao longo do dia em uma sessão mais movimentada que o normal, de quase 526 mil contratos negociados, marcando aumento de 20% em relação a terça-feira.
OPEP mantém política produtiva intacta Conforme esperado pelo mercado, a OPEP decidiu em reunião ministerial realizada ontem pela manutenção das cotas produtivas do grupo. Ao longo das discussões, tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia confirmaram a continuidade dos cortes voluntários anunciados até o final do ano, indicando o comprometimento de ambos os países em reduzir a sua oferta no período citado. As expectativas de um aumento da oferta do grupo em setembro – sendo o segundo mês seguido de alta, motivado principalmente por um avanço da oferta iraniana e nigeriana – somado à estabilidade produtiva acabou por servir de pressão às cotações ao longo da sessão de ontem.
Estoques de gasolina operam em alta De acordo com os dados divulgados pelo DOE, as reservas de petróleo nos EUA registraram queda semanal de 2,22 milhões de barris, seguindo caminho contrário ao estimado pelo mercado, mas marcando uma redução menor do que o apontado pelo API no dia anterior, de 4,21 milhões de barris. As reservas comerciais passam a tocas as mínimas históricas dos últimos cinco anos pela primeira vez desde dezembro/22, sendo um ponto de atenção para os agentes petrolíferos. Ainda assim, a estabilidade ao redor dos estoques de Cushing (aumento de 132 mil barris) aliviou parte dos receios em relação à situação do fornecimento da commodity no país. A queda dos estoques totais segue refletindo um cenário de exportações aquecidas de óleo bruto, fator que mantém a demanda pelo petróleo americano em alta mesmo com a redução do consumo doméstico.
As reservas de diesel também registraram queda, de 1,27 milhão de barris. Mesmo com a demanda pelo derivado caindo para valores abaixo das mínimas históricas sazonais dos últimos cinco anos, a redução da produção e das importações do combustível acabou permitindo um balanço superavitário na semana. A gasolina, por outro lado, registrou o maior aumento semanal dos estoques desde janeiro/22, de 6,48 milhões de barris, com as reservas totalizando 227 milhões de barris e superando as médias históricas dos últimos cinco anos. A expressiva redução da demanda doméstica superou a queda produtiva, além do registro de um aumento expressivo das importações e diminuição das exportações do combustível. A situação de um balanço mais confortável do derivado no país também afetou as cotações do petróleo, fechando em forte queda no dia.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (05), as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em dezembro/23 operando em USD 84,68 (-1,3%) até as 09h10. A maior aversão ao risco segue influenciando as cotações, levando o petróleo a acumular quase 12% de queda em apenas uma semana.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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