Na última segunda-feira (09), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em forte alta, sendo cotadas a USD 88,15 bbl (+4,22%) e USD 86,38 bbl (+4,34%).
Após passar por uma semana negativa, com os futuros do petróleo cedendo todos os ganhos de setembro em apenas 3 sessões, os contratos encontraram suporte com o conflito armado entre Israel e Hamas. Com isso, os preços aumentaram em mais de 4%, refletindo a preocupação de investidores com as consequências do acirramento de tensões sobre o mercado de petróleo. No entanto, não se observou uma mudança dos fundamentos da commodity ainda, o que diminui o fôlego altista dos contratos.
Conflito no Oriente Médio move mercado Ao longo da sessão de ontem, o início dos conflitos na faixa de Gaza se deu como o principal driver de preços do petróleo. Além da existência de produtores importantes próximos à região – como Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos – a possibilidade de envolvimento do Irã nos ataques gerou forte preocupação sobre um eventual aumento das tensões entre Teerã e Jerusalém. A possibilidade de início de novos conflitos com o Irã desencadeou receios sobre impactos na oferta da commodity pelo Oriente Médio, tanto pela importância da produção iraniana – que produz entre 2,5 e 3,2 mbpd – como também pela localização em que o país se encontra, havendo receios sobre impactos ao Estreito de Ormuz – que carrega cerca de 20% de todo petróleo demandado no mundo. Ainda assim, a movimentação dos preços se deu por fatores especulativos, conforme não foi observado, até o momento, impactos diretos sobre a oferta de petróleo de nenhum dos países produtores da região.
China amplia cotas de importação de petróleo De acordo com fontes comerciais do mercado chinês, o governo central liberou o quarto lote de cotas de importação de petróleo em 2023 para as refinarias do país. De acordo com as informações, o valor do último lote foi de 9,54 milhões de toneladas, distribuído entre catorze empresas, com o valor acumulado das permissões para o ano alcançando 179 milhões de toneladas – aumento de 14% frente ao observado no ano anterior. A expansão frente a 2022 é reflexo do crescimento do consumo da commodity pela China, que alcançou o maior valor da série histórica, considerando o período de janeiro a setembro, em meio a forte demanda externa por combustíveis no cenário pós início das sanções aos derivados russos, ampliando as margens de refino e garantindo maiores prêmios para exportação desses energéticos. Como reflexo disso, as importações também subiram, totalizando 11,44 mbpd no mesmo período.
Importação de petróleo pela China – mbpd
Fonte: GACC. Elaboração: StoneX.
FMI alerta para inflação insistente Em atualização de seu relatório de perspectivas, o Fundo Monetário Internacional entende que a inflação global deverá seguir persistente em 2024, e indica que os Bancos Centrais sigam com suas políticas contracionistas para controlar a escalada dos preços. Além disso, a instituição manteve a taxa de crescimento global em 3% em 2023 – o mesmo valor que o reporte de julho – mas ajustando a taxa de crescimento dos EUA para 2,1%, que compensou a revisão negativa das taxas da Europa (0,7%) e China (5%). Para o Brasil, a perspectiva é de que o país cresça 3,1% em 2023 (ajuste de 1% em relação a julho) e 1,5% em 2024. O FMI observa que essa resiliência da economia global deve alimentar a escalada dos preços, e, apesar do relatório ter sido elaborado antes do conflito na Faixa de Gaza, o economista chefe do banco, Pierre Olivier Gourinchas, entende que o aumento dos preços do petróleo deve contribuir ainda mais para acelerar a inflação e reprimir o PIB global.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em dezembro/23 operando em USD 87,67 (-0,53%) até as 09h15. Mercado corrige a escalada de preços de ontem, conforme o avanço do conflito não apresentou riscos imediatos para os fluxos globais de petróleo até o momento.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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