Na última terça-feira (10), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em leve queda, sendo cotadas a USD 87,65 bbl (-0,52%) e USD 85,97 bbl (-0,47%).
Após o petróleo acumular forte alta na segunda-feira, com agentes preocupados com os efeitos do conflito entre Israel e Hamas sobre o mercado da commodity, os futuros recuaram levemente na última sessão. Em geral, os ânimos dos investidores ficaram menos exaltados após perceberem que, no estágio atual, a guerra entre as partes não afeta diretamente players importantes do mercado, o que contribuiu para reverter parte dos ganhos do início da semana. O avanço do conflito deve seguir como ponto importante para os investidores, o que poderá influenciar os preços nas próximas sessões.
Conversas entre Rússia e Arábia Saudita O Ministro de Energia da Arábia Saudita deve comparecer na conferência de energia realizada pela Rússia nessa semana. Dois dos maiores exportadores globais de petróleo devem se reunir para avaliar o mercado da commodity frente o desdobramento do conflito entre Israel e Hamas, discutindo também a possibilidade de estreitar a parceria entre as partes e o restante da OPEP+. A relação entre os países evoluiu em 2023, promovendo uma coordenação para manipular os preços no mercado internacional ao anunciarem juntos cortes voluntários de oferta. Um dos temas discutidos, de acordo com representantes, é a possibilidade de Moscou aumentar suas exportações de combustíveis e petróleo para Riad, com as refinarias sauditas reexportando os produtos russos.
Refinarias brasileiras com FUT elevada De acordo com informações divulgadas pela Petrobras, as refinarias da companhia atingiram em setembro um FUT próximo a 97%, finalizando o terceiro semestre do ano com o indicador operando próximo a 95,8% - maior valor da série histórica dos últimos 9 anos. Entre janeiro e agosto, o Brasil processou cerca de 1,98 mbpd, marcando uma expansão de 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado e se configurando como o melhor desempenho desde 2015, conforme informações apresentadas pela ANP. Ainda de acordo com a Petrobras, a Replan – maior refinaria do país – quebrou as máximas históricas de produção do diesel e da gasolina ao longo do semestre, alcançando na ordem de 0,46 e 0,42 mbpd, respectivamente. A maior oferta interna de diesel A no país, inclusive – registrando uma expansão acumulada de 2,3% frente a 2022 -, somada ao aumento das misturas de biodiesel no diesel B, acarretou redução significativa das importações do derivado, mesmo em um cenário de demanda aquecida pelo combustível nas bombas.
Processamento de petróleo no Brasil – Milhões de barris (Acumulado)
Fonte: ANP. Elaboração: StoneX.
Exportações de diesel na Índia Fontes do mercado apontam um crescimento das exportações de diesel indiano para a Europa, com empresas do país aumentando seus ganhos em meio a maiores margens de comércio com o Ocidente. Assim, com as restrições sobre o diesel russo na União Europeia, a Índia consegue escoar parte da produção doméstica a melhores preços, considerando que a maior parte do petróleo importado pelo país é da Rússia e vem com descontos em relação a outras referências. Em setembro, estima-se que as exportações para a Europa ficaram em 290 kbpd, representando quase metade de todo volume comercializado por Nova Delhi. A Europa vem se esforçando para garantir os estoques de diesel em preparação para os meses de inverno, nos quais a demanda por calefação aumenta o consumo total de energia. Considerando também as limitações do fornecimento de gás natural na região, após restrições da oferta russa, o bloco europeu busca assegurar sua própria segurança energética, apoiando-se em outras fontes energéticas, como o diesel e até mesmo o carvão. Assim, o aumento das importações da região deve aumentar a competição por combustíveis, especialmente o diesel, no mercado internacional.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã, as cotações abriram a sessão em queda, com o contrato do Brent para vencimento em dezembro/23 operando em USD 86,91 (-0,83%) até as 09h10. Agentes seguem realizando lucros, com os temores em relação ao conflito em Gaza e o mercado de petróleo sendo aliviados.
**Amanhã, em decorrência do feriado de 12 de Outubro, não haverá a publicação do Diário de Petróleo.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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