Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 7,46%, negociadas a USD 90,89 bbl (+5,77%) na última sexta-feira (13) enquanto o WTI ficou em USD 87,69 bbl (+5,69%), registrando uma alta semanal de 5,92%.
O mercado de petróleo seguiu muito volátil na última semana, com a escalada de tensões em Gaza oferecendo suporte para as cotações. Além do conflito, a perspectiva de um balanço global mais apertado também contribuiu para elevar as cotações acima de USD 90 bbl, após estas recuarem quase USD 9 bbl em apenas uma semana. Nessa segunda-feira, mercado ainda se recupera dos movimentos da última semana, especialmente da sexta-feira (13), com os preços praticamente lateralizados.
Conflito no Oriente Médio movimenta mercado O principal driver dos preços na semana foi o avanço das tensões entre Israel e Hamas, com investidores preocupados com os efeitos do conflito sobre importantes players do mercado na região. Após uma leve escalada na segunda-feira (09), as cotações recuaram em meio aos ânimos mais controlados, considerando que a guerra não afetava diretamente países como Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes, por exemplo. No entanto, o avanço de Israel sobre Gaza aumentou os receios de um conflito entre mais partes, o que expandiu o prêmio de risco do petróleo na última sexta-feira.
Estoques em recuperação nos EUA Na semana passada, os EUA registraram a maior produção semanal de petróleo da história, alcançando 13,2 mbpd. O aumento acelerado da oferta doméstica somado a uma redução do consumo interno – com o fator de utilização das refinarias alcançando o menor valor desde março/23 (85,7%) – permitiu a maior queda dos estoques comerciais dos últimos oito meses, em 10,17 milhões de barris, com o indicador totalizando 424 milhões. Ao longo do período, foi observado também uma diminuição acelerada das exportações – seguindo comportamento sazonal – e um leve aumento das importações, auxiliando ainda mais na realização de um balanço deficitário da commodity na semana.
Projeções indicam balanço apertado A semana também foi marcada pela atualização de projeções de agentes do mercado, com esses apontando um balanço global mais apertado no quarto trimestre de 2023. De acordo com a OPEP, a demanda total deve atingir 102,06 mbpd no ano – um pico para a série-, recuperando-se ainda mais em 2024 (+2,25 mbpd). A IEA aponta que a destruição de demanda de petróleo observada em algumas regiões – especialmente EUA – é compensada pelo aumento do consumo em países em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil, mas sinalizam um crescimento mais tímido da demanda em 2024 em decorrência de fatores econômicos (+0,9 mbpd). Considerando a oferta, a agência afirma que a produção global segue apoiada mais por países não pertencentes à OPEP, liderada pelos EUA, mas também por players secundários. Em geral, apesar de discordâncias sobre quanto será o crescimento da demanda, tanto a OPEP quanto a IEA apontam uma forte queda dos estoques globais, o que deve aumentar a vulnerabilidade do mercado de petróleo a choques de oferta.
Petróleo amanhece estável Hoje pela manhã as cotações abriram a sessão estáveis, com o contrato do Brent para vencimento em dezembro/23 operando em USD 90,62 (-0,29%) até as 09h15. Os agentes financeiros aguardam o desenvolvimento do conflito na região de Gaza e novos anúncios pelo governo israelense para verificar a possibilidade de extensão das tensões para outros países.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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