Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 1,4%, negociadas a USD 92,16 bbl (-0,69%) na última sexta-feira (20) enquanto o WTI ficou em USD 88,75 bbl (-0,24%), registrando uma alta semanal de 1,21%.
O petróleo acumula alta pela segunda semana consecutiva, com o Brent voltando a se estabelecer acima da marca de USD 90 bbl ao longo do período. As tensões em Gaza contribuíram para suportar o óleo bruto, assim como a melhora da economia chinesa e a queda das reservas de petróleo nos EUA. No entanto, a tendência altista encontra limitações com os ânimos de investidores menos agitados em relação ao conflito no Oriente Médio.
Recuperação da economia chinesa O PIB chinês do terceiro trimestre surpreendeu positivamente o mercado na semana passada, registrando um crescimento de 4,9% contra expectativa média de 4,4%. O bom resultado reflete o melhor desempenho da indústria, mas principalmente de serviços, indicando também que o país poderá atingir sua meta anual de crescimento em 2023 (5%) sem grandes dificuldades. O PIB se soma a outros indicadores econômicos positivos que a China vem registrando nas últimas semanas, o que, para investidores, pode representar uma melhora para a demanda de petróleo no país. O consumo de derivados, assim, parece estar se recuperando, uma vez que as exportações de combustíveis apresentaram queda em relação ao mês de agosto, especialmente a gasolina, apesar de um volume recorde de processamento de óleo bruto em setembro.
Alívio de sanções sobre a Venezuela Na quinta-feira (20), os EUA e a Venezuela confirmaram um acordo de aliviamento das sanções americanas contra as exportações de petróleo e gás natural venezuelano por um período de seis meses. Tal decisão teve como contrapartida o comprometimento da Administração Maduro com a oposição política do país para a promoção de eleições presidenciais com um maior monitoramento de entidades internacionais. A medida tem potencial de aumentar a produção venezuelana em quase 200 kbpd nos próximos meses, de acordo com agentes do mercado. No entanto, a forte queda de investimentos no setor petrolífero no país em anos recentes deve limitar a recuperação dos níveis produtivos observados em 2017. Atualmente, a produção da Venezuela se encontra em 780 kbpd em média, valor muito abaixo dos 2400 kbpd registrados antes das sanções. O alívio das sanções busca atender o objetivo de aumento da oferta global de petróleo para controlar a escalada dos preços dos futuros – impactando negativamente a inflação doméstica norte-americana.
Estoques dos Estados Unidos Na semana passada, os estoques de petróleo voltaram a cair nos EUA. de acordo com os dados providos pelo DOE, houve redução do indicador em 4,49 milhões de barris, valor bem superior ao esperado pelo mercado, de 550 mil barris. A deterioração das reservas segue influenciada pelas fortes exportações, como também uma recuperação da demanda doméstica, que segue operando acima das médias históricas. Em contrapartida, impedindo maiores quedas dos estoques, a produção segue nos maiores valores da histórica, em 13,2 mbpd, pela segunda semana seguida, evidenciando um mercado extrativista aquecido no país.
Reajuste de preço Petrobras Na semana passada, a Petrobras reajustou os preços de combustíveis para as distribuidoras pela primeira vez desde agosto. Para o diesel A, haverá um aumento de R$ 0,25/L (+6,58%), com o preço médio indo para R$ 4,05/L, ao passo que para a gasolina A houve uma redução das precificações em R$ 0,12/L (4,10%), alcançando R$ 2,81/L. Na véspera do anúncio, a StoneX calculava que a defasagem da Petrobras para PPI Golfo em relação ao diesel era acima de R$ 0,40/L, ao passo que para a gasolina a diferença era de R$ -0,10/L.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã as cotações abriram a sessão estáveis, com o contrato do Brent para vencimento em dezembro/23 operando em USD 90,52 (-0,40%) até as 09h15. Um alívio das tensões em Gaza, com o Hamas liberando reféns norte-americanos, contribui para acalmar os ânimos de investidores, apesar da insegurança geopolítica da região seguir provocando volatilidade no mercado.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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