Na última segunda-feira (30), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em forte queda, com o primeiro sendo cotado a USD 87,45 bbl (-3,35%) e a referência norte-americana a USD 82,31 bbl (-3,78%).
O petróleo reverteu completamente o resultado da última sexta-feira (27) no início dessa semana, levando o Brent a atingir o menor valor desde o início do conflito no Oriente Médio. Os avanços da incursão israelense em Gaza não ofereceram suporte para o mercado, com investidores realizando lucros e aguardando o posicionamento de Bancos Centrais, os quais irão realizar encontros essa semana para definir o novo patamar de juros em suas respectivas zonas de influência. Considerando o resultado de ontem, os futuros do petróleo devem encerrar o conturbado mês de outubro em queda de quase 8%, dado que as referências reverteram os ganhos acumulados nas últimas três semanas em poucos períodos.
Fed deve manter taxa de juros inalterada As perspectivas para a reunião do Fed de amanhã (01) seguem de uma manutenção da taxa de juros básica dos EUA. De acordo com a FedWatch Tool, a probabilidade de que o indicador se mantenha entre 525 – 250 bps é de 98,7%, potencializada principalmente pela divulgação contínua de dados econômicos positivos nos EUA – vide o forte avanço do PIB no terceiro trimestre de 2023, publicado na semana passada. Paralelo a isso, as expectativas são majoritariamente de uma manutenção da taxa de juros até maio/24, evidenciando que o Fed deve prolongar essa política monetária contracionista afim de contornar a questão inflacionária no mercado doméstico. A situação acabou servido de pressão aos preços do petróleo, em meio às perspectivas de que a política aplicada pelo banco central dos EUA permita redução das atividades econômicas no país, desincentivando a demanda pela commodity e seus derivados.
Importações de petróleo na Índia De acordo com os dados providos pelo PPAC, órgão vinculado ao Ministério de Petróleo e Gás Natural da Índia, as importações de petróleo pelo país alcançaram 4,26 mbpd, menor valor desde outubro/22. Desde fevereiro/23, o indicador vem seguindo uma tendência de queda, não respondendo especificamente à sazonalidade das internalizações. Ainda assim, no acumulado de 2023, o indicador segue operando acima do observado nos últimos três anos, em 4,74 mbpd, evidenciando um mercado petrolífero aquecido no país, com o parque de refino indiano atendendo tanto o mercado doméstico quanto destinando parte do volume para as exportações de combustíveis. As perspectivas de um avanço acima de 6 p.p. do PIB da Índia ao longo dos próximos anos pelo Banco Mundial entrega fôlego para expectativas otimistas sobre a demanda por óleo bruto, mesmo em um cenário de queda das importações observada nos últimos meses.
Importação de petróleo na Índia – mbpd
PMI chinês decepciona A divulgação do PMI industrial na China em outubro decepcionou agentes do mercado, os quais esperavam uma expansão do indicador. O número recuou para 49,5 pontos, contra os 50,2 de setembro, com o indicador de serviços contraindo de forma mais expressiva – 50,6 pontos em outubro em relação aos 51,8 do mês anterior. O resultado dos setores contrariou as projeções do mercado, e deixa mais nebuloso o cenário econômico na China, considerando que as últimas semanas foram marcadas pela divulgação de indicadores positivos no país, inclusive anúncios de estímulos por parte do governo. Apesar da frustração do PMI em outubro, o presidente da estatal PetroChina, Huang Yongzhang, entende que o consumo de petróleo no quarto trimestre deverá ser 10% maior no comparativo com 4T22, após a companhia registrar um recorde de receita trimestral na segunda-feira, indicando que a tendência dos últimos meses deverá se intensificar a partir da recuperação econômica esperada nos próximos meses.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (31), as cotações operam em alta, com o contrato do Brent para vencimento em janeiro/24 operando em USD 87,13 bbl (+0,89%) até as 09h05. O óleo bruto recupera parte das perdas da última sessão, com a notícia de que Israel atacou alvos no Líbano e na Síria, mas ainda não encontra suporte para reverter o resultado baixista de outubro, com o prêmio de risco sobre a commodity cedendo mesmo com as investidas de Israel contra Gaza e outros países árabes.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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