Na última terça-feira (31), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 85,02 bbl (-1,54%) e a referência norte-americana a USD 80,5 bbl (-1,44%).
O petróleo estendeu a tendência de queda nessa terça-feira (31), com o Brent chegando a operar abaixo de USD 84 bbl, encerrando outubro com uma queda de 7,8%. O mercado cedeu todos os ganhos que a commodity acumulou desde o início do conflito em Gaza, levando a queda do prêmio de risco com a guerra limitada a agentes não influentes no mercado de petróleo. A queda na sessão de ontem responde a essa mudança da percepção do risco, mas também a outros fatores baixistas, com investidores também aguardando a definição do Fed sobre a taxa de juros nos Estados Unidos. No Brasil, a ANP atualizou as estatísticas de vendas de combustíveis.
Produção recorde nos Estados Unidos De acordo com os dados mensais de produção de petróleo publicados pelo DOE ontem, a oferta americana de óleo bruto rompeu as máximas históricas em agosto/23, alcançando 13,05 mbpd. O valor supera o registrado em novembro/19 (13 mbpd), confirmando os dados semanais publicados pelo departamento, que mostram uma produção operando em patamares ainda maiores em setembro e outubro. Nesse sentido, observa-se a plena recuperação dos produtores norte-americanos no cenário pós-pandemia, com os preços mais altos da commodity no mercado internacional incentivando a produção de xisto, que conta com custos operacionais mais altos quando comparado à extração convencional.
Produção de petróleo nos Estados Unidos - mbpd
Fonte: EIA. Elaboração: StoneX.
API aponta recuperação dos estoques De acordo com os dados divulgados pelo API na tarde de ontem, os estoques de petróleo registraram alta de 1,35 milhão de barris, seguindo conforme o esperado pelo mercado (1,60 milhão). As reservas de Cushing também ampliaram, trazendo uma perspectiva mais otimista sobre a segurança de fornecimento de petróleo na região de Texas e Louisiana. Em relação aos combustíveis, foi observado queda das reservas de gasolina e diesel, seguindo conforme o estimado pelas empresas do setor, mesmo em um cenário de expansão da oferta de derivados – conforme expansão do fator de utilização das refinarias em 0,6% no país.
Fonte: Bloomberg, Refinitiv, API. Elaboração: StoneX.
Vendas de diesel no Brasil De acordo com a ANP, as vendas de diesel em setembro chegaram a 5,74 milhões de m³, valor 4% acima daquele registrado em set/22. Apesar do valor ser menor no comparativo com agosto – mês recorde para a série – o acumulado entre janeiro a setembro (48,88 milhões de m³) indica um aumento de 3,3% em relação aos níveis de 2022. Assim, entende-se que as vendas de diesel seguem bastante aquecidas no Brasil, e, mesmo com uma possível queda sazonal ao longo do 4T23, o país deve atingir um novo recorde de consumo do combustível nesse ano, tendência apontada pela última atualização da estimativa de diesel da StoneX, a qual projeta um crescimento de 2,99% em 2023 no comparativo com o ano passado.
As vendas de gasolina, no entanto, não tiveram resultados tão positivos. A ANP apontou uma retração de 3,4% no comparativo anual, atingindo 3,67 milhões de m³. É a primeira vez nesse ano que as vendas mensais não superaram os resultados de 2022, reflexo da menor competitividade da gasolina C frente o etanol hidratado em importantes estados consumidores, como São Paulo e Minas Gerais, com a paridade se mantendo abaixo de 70% nas últimas semanas em ambos os estados. No entanto, mesmo com o resultado negativo de setembro, o acumulado de janeiro a setembro ainda se mantém 11,4% acima dos níveis de 2022, reflexo das vendas aquecidas ao longo do primeiro semestre de 2023.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (01), as cotações operam em alta, com o contrato do Brent para vencimento em janeiro/24 operando em USD 86,64 bbl (+1,92%) até as 09h20. O petróleo recupera parte das perdas de ontem, apoiado pela queda da inflação na União Europeia e também pelo avanço de tropas israelenses em Gaza.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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