Na última segunda-feira (06), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, com o primeiro sendo cotado a USD 85,18 bbl (+0,34%) e a referência norte-americana a USD 80,82 bbl (+0,39%).
Os contratos iniciaram a semana em leve alta, conforme Rússia e Arábia Saudita reafirmaram os cortes voluntários de exportação e produção até o final de 2023. No entanto, parte dos ganhos foram revertidos com os receios de uma demanda global menos aquecida, considerando indicadores macroeconômicos menos positivos na Europa e na China. Hoje pela manhã (07), o mercado é influenciado pelo pior desempenho das exportações chinesas em outubro, levando o Brent a operar em queda, alcançando os menores níveis desde agosto.
Arábia Saudita e Rússia mantém cortes No domingo, a Rússia e a Arábia Saudita reafirmaram a continuidade dos cortes de oferta – em 0,3 mbpd das exportações russas e 1 mbpd da produção saudita – para dezembro/23. A confirmação dos dois países – que se apresentam hoje como o segundo e terceiro maior ofertantes de petróleo do mundo – trouxe receios ao mercado sobre a possibilidade de extensão desses cortes voluntários para o primeiro trimestre de 2024, marcado por uma redução sazonal da demanda global frente ao trimestre anterior. Somado a isso, o avanço da produção dos EUA e de outros importantes produtores secundários seria outro ponto de apoio à um eventual prolongamento das reduções saudita e russa. Ontem pela manhã, após o anúncio, a Saudi Aramco reduziu os preços oficiais de venda para compradores europeus das cargas a serem entregues em dezembro, evidenciando a busca por maior market share na Europa.
Importações chinesas de petróleo A China registrou um aumento das importações de petróleo em outubro, chegando a 11,53 mbpd no mês, ou 48,97 milhões de toneladas. O volume é 13,5% acima dos níveis de out/22 e representa um avanço de 3,6% em relação aos níveis de setembro, conforme importadores se aproveitaram da renovação das cotas e buscaram garantir o óleo bruto para atender o aumento da demanda por combustíveis no mercado interno durante a Golden Week. Considerando o acumulado jan-out, as importações de petróleo na China acumulam alta de 14,4% em relação ao mesmo período no ano passado, refletindo alguns fatores, entre eles a reestocagem em meio a preços mais competitivos durante o primeiro semestre, aumento da demanda interna após a flexibilização das políticas contra a COVID-19 e o crescimento das exportações de derivados.
Importações de petróleo na China – mbpd
Balança comercial chinesa Apesar do resultado positivo para as importações de petróleo, a atualização da balança comercial chinesa em outubro contribui para pressionar os futuros da commodity. As exportações do país recuaram pelo sexto mês consecutivo, representando uma queda de 6,4% no comparativo anual, enquanto as importações recuperaram pela primeira vez desde março. Assim, apesar de ainda manter um saldo positivo, o superávit da balança recuou em outubro no comparativo mensal. As exportações ainda representam um forte fator de dinamismo da economia chinesa, o que leva o mercado a olhar esse indicador com maior atenção e contribui para maior pessimismo em relação ao desempenho do país em 2023.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (07), as cotações operam em queda, com o contrato do Brent para vencimento em janeiro/24 operando em USD 83,61 bbl (-1,84%%) até as 09h00. A deterioração das cotações é reflexo do pior desempenho da balança comercial chinesa, que somado a redução das atividades industriais divulgada na semana passada acaba trazendo perspectivas menos otimistas sobre a segunda maior economia do mundo e, por consequência, sobre a demanda de petróleo e derivados.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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