Na última terça-feira (07), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 81,61 bbl (-4,19%) e a referência norte-americana a USD 77,37 bbl (-4,27%).
Trata-se do pior dia para o petróleo em sete meses, com o Brent atingindo o menor valor desde julho. O principal fator para o resultado de ontem foram preocupações de uma menor demanda pelo óleo bruto e derivados em 2023, além da perspectiva de novos apertos monetários do Fed. Assim, os futuros aprofundaram a tendência observada nas últimas duas semanas, com o pessimismo em relação a demanda também influenciando os preços hoje pela manhã.
Preocupações com demanda global A expectativa de uma menor demanda nos Estados Unidos e China contribuiu para pressionar as cotações ontem. Em geral, a piora da balança comercial chinesa em outubro levou agentes a questionarem o desempenho econômico do país, uma vez que as exportações ainda são um driver importante para o crescimento na China. Além disso, de acordo com o último relatório de perspectivas do EIA, a demanda por petróleo nos Estados Unidos deve recuar 300 kbpd em 2023, uma brusca mudança do reporte anterior, que estimava um aumento em 100 kbpd. Trata-se de um cenário pouco otimista para os dois maiores consumidores globais de petróleo, o que pode trazer impactos mais significativos para o balanço global nos próximos períodos.
API registra alta dos estoques de petróleo De acordo com os dados publicados pelo Instituto Americano de Petróleo (API, sigla em inglês), os estoques de petróleo avançaram 11,9 milhões de barris nos EUA, seguindo caminho contrário ao do mercado, que esperava leve queda de 300 mil barris. Mesmo com a alta das reservas, houve também um incremente do fator de utilização das refinarias em 0,2 pontos, evidenciando uma expansão do consumo da commodity. Em relação aos estoques de combustíveis, houve aumento das reservas de gasolina em 360 mil barris, enquanto as de diesel caíram 980 mil barris.
*Nessa semana, exclusivamente, o DOE não reportará as estatísticas semanais do mercado de petróleo e derivados nos EUA, adiando a publicação para a próxima quarta-feira (15).
Importações de combustíveis no Brasil De acordo com os dados disponibilizados pelo MDIC, as importações de diesel em outubro totalizaram 1,23 milhão de m³, marcando um aumento de 6,9% frente ao observado em setembro, mas uma queda de 16,5% em relação ao mesmo período do ano passado (outubro/22). No acumulado anual (janeiro – outubro), foram internalizados em 2023 cerca de 11,72 milhões de m³, valor 15,7% menor em relação ao ano passado. A redução das importações do combustível no Brasil não reflete uma queda do consumo do diesel B – que entre janeiro e setembro acumula uma alta de 3,3% frente a 2022, totalizando 48,89 milhões de m³ –, mas sim um aumento da produção de diesel A pelas refinarias brasileiras – de 3,4% no comparativo anual – como também a expansão da mistura do biodiesel no diesel B, indo de 10% para 12%, a partir de abril deste ano, reduzindo assim a necessidade de internalização do diesel A no país.
Outro fator interessante foi a queda do diesel russo nas importações brasileiras. Em outubro, a Rússia passou a representar 42,1% do combustível internalizado pelo Brasil, ao passo que, em agosto, esse share era de 74,6%. Os EUA, por outro lado, avançaram de 14,8% para 41,9% no período, recuperando parcela significativa do mercado brasileiro. Entre agosto e outubro, as importações do diesel fornecido pela Rússia registraram queda acumulada de 47,6%, indo de 992 mil m³ para 519 mil m³, em meio ao período de bloqueio temporário das exportações de combustíveis determinado pelo governo russo e, mais recentemente, a parada para manutenção programada de algumas refinarias no país. No acumulado de 2023, no entanto, a Rússia ainda responde por 44,6% das vendas ao Brasil, com EUA (28,1%) e Emirados Árabes Unidos (11,3%) compondo a segunda e terceira posição.
Share das importações brasileira de diesel
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (08), as cotações operam em leve queda, com o contrato do Brent para vencimento em janeiro/24 operando em USD 81,16 bbl (-0,58%) até as 09h10. Após o forte recuo ontem, os agentes aguardam maiores direcionamentos para entender o novo ponto do mercado, podendo inclusive levarem a correções sobre os preços nos próximos dias.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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