Na última quinta-feira (09), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, com o primeiro sendo cotado a USD 80,01 bbl (+0,59%) e a referência norte-americana a USD 75,74 bbl (+0,54%).
Após dois dias de forte queda, os futuros do petróleo romperam com a tendência da semana e encerram a sessão em leve alta. O movimento pode estar atrelado a uma correção das posições do mercado, considerando as grandes variações dos dias anteriores, mas a recuperação se viu limitada pelas falas do presidente do Fed e pelos dados econômicos decepcionantes na China. Hoje pela manhã, os preços continuam se recuperando levemente, mas não deve ser suficiente para reverter a queda semanal esperada para as referências, com o Brent recuando quase 5,5% no período.
Recuperação do mercado A tendência de ontem superou fatores macroeconômicos baixistas, tais como as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, o qual sugeriu que um novo aumento da taxa de juros dos Estados Unidos não poderia ser descartado – fator que geralmente pressiona o petróleo devido os possíveis impactos negativos sobre a economia. Entende-se que os investidores readequam suas posições após as fortes quedas dos preços no início da semana, que foi motivada por preocupações em relação a demanda global. Essa movimentação pode se estender por algumas sessões, considerando que as variações na semana ocorreram de forma abrupta. Mesmo que esse processo se verifique, o petróleo se encaminha para a terceira semana de queda, recuando quase 10% em apenas um mês, indicando que as preocupações com a oferta global não têm afetado a precificação dos futuros no momento.
Petrobras aumenta previsão para oferta de petróleo De acordo com anúncio feito pela Petrobras na tarde de ontem, a empresa fez uma revisão positiva sobre as suas estimativas de produção de petróleo para 2023 em 0,2 mbpd, indo de 2,6 para 2,8 mbpd. Tal mudança estaria considerando um ramp-up produtivo de centros de extração já existentes e a entrada de novos poços para o último trimestre desse ano. As perspectivas positivas sobre a oferta de petróleo, no entanto, não se limitam somente a Petrobras, mas sim ao mercado brasileiro como um todo, com o Departamento de Energia dos EUA estimando uma expansão anual da produção do óleo bruto pelo Brasil em 3,4% entre 2022 e 2023. Conforme os dados disponibilizados pela a ANP, a produção da commodity alcançou, entre janeiro e setembro, 910 milhões de barris (3,34 mbpd), marcando um aumento de 11,8% frente ao mesmo período de 2022.
Irã expande vendas para a China De acordo com dados de rastreadoras marítimas, entre janeiro e outubro, o Irã exportou 1,05 mbpd – cerca de 30% de toda sua produção – para compradores chineses. O valor é 60% maior do que os volumes registrados em 2017, quando o país ainda não sofria com sanções americanas, evidenciando que as cargas iranianas seguem fluindo para a Ásia sem sofrer tanto com possíveis punições por parte dos EUA. Nesse sentido, as refinarias chinesas seguem buscando petróleo de países que sofrem com sanções unilaterais do governo americano, como a Rússia e a Venezuela, em meio aos descontos os produtores desses países acabam oferecendo frente as demais referências.
Capacidade de refino nos EUA As refinarias nos Estados Unidos deverão ter cerca de 1,2 mbpd de capacidade ociosa entre os dias 3 e 10 de novembro, o que representa uma queda de 0,439 mbpd em relação aos níveis da semana anterior. Assim, espera-se que a produção de derivados no país volte a se recuperar nos próximos períodos, com o recuo da capacidade ociosa dos centros de refino também sendo esperado para o restante de novembro. De acordo com o último relatório DOE, a taxa de utilização das refinarias havia recuado fortemente nas últimas semanas após o período de manutenção das refinarias – saindo de 94% em setembro para 85% na última semana de outubro – o que impactou negativamente a oferta de combustíveis e influenciado a queda dos estoques de diesel, por exemplo.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (10), as cotações operam em leve alta, com o contrato do Brent para vencimento em janeiro/24 operando em USD 80,91 bbl (+1,10%) até as 09h10. Na ausência de novos fundamentos relacionados a oferta e demanda de petróleo, investidores seguem readequando suas posições no mercado no início dessa sexta-feira, apoiando uma recuperação dos futuros da commodity e deixando de precificar o avanço do conflito em Gaza, conforme os players envolvidos diretamente não tem impacto para os fluxos globais do óleo bruto.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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