Diário de Petróleo

Referências do petróleo terminam semana com resultados mistos
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam leva queda de 0,04%, negociadas a USD 80,58 bbl na última sexta-feira (24) enquanto o WTI acumulou alta semanal de 3,62%, negociado em USD 75,54 bbl.

A semana foi marcada pelas notícias envolvendo a reunião ministerial da OPEP+, conforme o sentimento altista apoiado por rumores de novos cortes produtivos do grupo cedeu diante o adiamento do encontro para essa quinta-feira (30), limitando a recuperação dos contratos do petróleo. Ademais, as últimas sessões registraram menor volatilidade, considerando que o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos limitou as operações no país. Nessa manhã, os futuros estendem o resultado da sexta-feira (24), pressionados por resultados macroeconômicos menos positivos e receios de uma demanda global enfraquecida.  


Divergências na OPEP+ Após rumores de cortes produtivos da OPEP+ apoiarem as cotações do petróleo, a decisão do adiamento da reunião ministerial do grupo do dia 26 para dia 30 de novembro levou a grande volatilidade no mercado, revertendo praticamente todos os ganhos acumulados no início da semana. Fontes apontam que divergências entre os integrantes motivaram esse adiamento, especialmente a insatisfação de alguns países africanos sobre a política produtiva do grupo, visto que esses seriam os países que teriam suas cotas produtivas rebaixadas para 2024, ao passo que Arábia Saudita, EAU e Iraque receberiam os maiores aumentos dos limites de produção. Ainda na sexta-feira, outras fontes afirmaram que as partes avançaram em direção a um acordo, concedendo maiores cotas para países africanos, especialmente Nigéria e Angola. 

Reestocagem nos Estados Unidos O relatório DOE registrou mais um aumento das reservas de petróleo, sendo a quinta semana consecutiva de alta. Desde outubro, as reservas expandiram 28,3 milhões de barris, atingindo o maior nível desde julho, impulsionadas pela produção doméstica aquecida (13,2 mbpd) e importações próximas à média sazonal. Esse movimento, no entanto, ocorre a despeito da recuperação do consumo interno – apesar de estar em um nível ainda abaixo dos valores registrados até setembro – e pelas exportações acima das máximas dos últimos cinco anos. Os estoques de derivados, por sua vez, se movimentaram em direções contrárias, com a gasolina marcando um aumento de 750 mil barris e o diesel registrando queda em 1,02 milhão de barris. 

PMI nos Estados Unidos O PMI composto nos Estados Unidos ficou em 50,7 pontos na leitura preliminar de novembro, mantendo o nível registrado em outubro. O PMI de serviços ficou em 50,8 pontos, acima das projeções dos analistas, enquanto o indicador industrial atingiu o menor nível em três meses, em 50,3 pontos. Entende-se que a queda mais forte da indústria se deu pelo recuo dos preços de energéticos, especialmente petróleo, mas que as vendas do setor seguem em expansão. A S&P Global, que divulgou o número, afirma que o resultado de novembro é condizente com a meta de inflação dos preços defendida pelo Fed em 2% a.a.

Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (27), as cotações operam em queda, com o contrato do Brent para vencimento em janeiro/24 operando em USD 79,62 bbl (-1,18%) até as 09h20. Receios em relação a demanda global menos aquecida em meio aumento da oferta contribuem para pressionar o petróleo, especialmente com as perspectivas de um balanço global superavitário ao longo do 1T2024.
 

TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

 
Tags relacionadas: Energia

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