Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam leve queda de 2,11%, negociadas a USD 78,88 bbl na última sexta-feira (01) enquanto o WTI também registrou uma redução semanal de 1,95%, negociado em USD 74,07 bbl.
Ao longo de novembro, as referências do petróleo acumularam uma nova queda mensal, conforme pessimismos com a demanda global e decisões da OPEP+ influenciaram o ânimo dos investidores. Na última semana, especificamente, a volatilidade esteve associada aos resultados da reunião ministerial do grupo, com os cortes produtivos para o 1T2024 não contribuindo para suportar os preços. Assim, esse ceticismo do mercado com as decisões da OPEP seguiu pressionando as cotações no início de dezembro e fazendo o contrato do Brent com vencimento em fev/24 operar abaixo de US 80 bbl.
Impactos das decisões da OPEP A reunião ministerial da OPEP movimentou fortemente o mercado, com os preços assumindo uma direção contrária ao antecipado. Na quinta-feira (30), países membros anunciaram cortes voluntários em suas cotas produtivas para o 1T2024 que chegam a quase 2,2 mbpd, destacando principalmente a extensão dos cortes sauditas (1 mbpd) e russos (0,5 mbpd das exportações), além de anúncios do Kuwait, Emirados Árabes e Iraque, por exemplo. A decisão buscava limitar o superávit do balanço global esperado para o início do ano que vem, além de suportar os preços das referências no curto prazo, que já haviam recuado 15% desde setembro. No entanto, esse movimento não convenceu os investidores, com a perspectiva de que esses países não consigam cumprir com as metas voluntárias pressionando as referências do óleo bruto e influenciando a queda semanal.
Cotas produtivas da OPEP+ (kbpd)
Vale destacar também o convite para o Brasil integrar o grupo a partir de jan/24 realizado durante a reunião ministerial. O convite ainda será analisado por um comitê técnico do governo brasileiro, mas, de acordo com delegados do grupo, caso haja a efetiva entrada do Brasil, o país ingressaria sem a determinação de cotas produtivas – seguindo o caminho do Irã, Líbia e Venezuela. Nesse sentido, o Brasil poderia manter, de início, a sua política produtiva expansionista, em meio aos fortes investimentos dedicados a exploração e pesquisa de campos do pré-sal nos últimos anos. Essa posição foi reforçada pelo presidente Luiz Inacio Lula da Silva ontem (03) durante a COP28, dizendo que o Brasil participaria apenas como um “observador” e não seria interesse do país ser um membro efetivo.
Estocagem de petróleo segue em alta nos EUA O relatório DOE da semana passada surpreendeu o mercado ao indicar mais uma semana de recomposição de estoques de petróleo nos Estados Unidos, tendência que divergiu das estimativas dos agentes. De acordo com o reporte, as reservas expandiram 1,6 milhão de barris na semana - enquanto o API divulgou um recuo de 817 mil barris – sendo a sexta semana consecutiva de alta e levando os estoques a 449,7 milhões de barris. Tanto a gasolina quanto o diesel também registraram alta dos estoques, influenciados por um consumo menos expressivo enquanto se observou um aumento da produção. O resultado da gasolina também foi uma surpresa para o mercado, conforme se esperava uma leve queda das reservas em meio ao feriado de Ação de Graças. Apesar do resultado baixista para o mercado, o relatório essa semana teve menor impacto sobre os preços, diante as movimentações de países da OPEP+.
Retomada das exportações pelo Mar Negro No início da semana, um dos fatores que suportava o petróleo eram os problemas logísticos no Mar Negro, com tempestades na região impedindo as exportações de petróleo do Cazaquistão e da Rússia. No final de semana, no entanto, a melhora das condições de navegação permitiu a retomada dos carregamentos em alguns portos, como o Novorossiisk na Rússia e o terminal do Caspian Pipeline Consortium (CPC). Apesar do curto período da interrupção dos fluxos, estima-se que a produção do Cazaquistão de novembro foi impactada por esses problemas, recuando 2% para 1,78 mbpd de acordo com estimativas da Reuters. Esse resultado estaria associado a situação do Mar Negro devido a dependência do país dos portos da região para a exportação.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (04), as cotações operam em queda, com o contrato do Brent para vencimento em fevereiro/24 operando em USD 77,9 bbl (-1,17%) até as 08h30. Receios com a demanda global continuam pressionando os futuros, mesmo com o anúncio de cortes produtivos da OPEP+, conforme a atividade econômica menos aquecida - especialmente industrial – influencia o sentimento baixista.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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