Na última quinta-feira (07), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 74,05 bbl (-0,34%) e a referência norte-americana a USD 69,34 bbl (-0,06%).
Após operar em alta pela maior parte do dia, o petróleo não conseguiu sustentar esse movimento e encerrou a sessão em leve recuo, especialmente com os dados mais fracos das importações chinesas. Com isso, o Brent se encaminha para uma queda semanal de 10,6%, conforme agentes precificam uma demanda global desaquecida para o 1T2024 e o pessimismo no mercado não permitiu uma recuperação mais expressiva dos preços apesar dos cortes da oferta da OPEP+. Ademais, hoje pela manhã (08) se observa uma alta dos contratos, que pode estar atrelada a um reposicionamento dos agentes após as fortes quedas nas últimas sessões.
Preocupações com balanço de 2024 Um dos fatores que levou a queda dos futuros do petróleo nos últimos dias foram perspectivas mais otimistas envolvendo a oferta de petróleo em 2024. Antes mesmo dos cortes produtivos da OPEP+, já se previa um balanço global superavitário no 1T2024, conforme o aumento da produção e exportação de players secundários poderiam causar uma sobre oferta de óleo bruto. Destaca-se especialmente o caso dos Estados Unidos, o qual passou a exportar quase 6 mbpd nas últimas semanas frente a expressiva produção doméstica – que superou a marca de 13 mbpd desde novembro. Além disso, o crescimento das exportações brasileiras e da Guiana, por exemplo, também contribuem para compensar os cortes produtivos da OPEP+ em um momento de menor demanda sazonal por derivados. Assim, enquanto não se tem mudanças nas perspectivas dos agentes em relação ao cenário do próximo trimestre, os futuros encontram poucos pontos de suporte para recuperarem os preços de outubro, antes do início da tendência de queda das últimas semanas.
Demanda chinesa em desaceleração Uma pesquisa entre agentes do mercado de petróleo apontou que a demanda chinesa deve crescer 500 kbpd em 2024, valor muito abaixo dos valores de 2023 (+1.800 kbpd de acordo com a IEA). Esse resultado reflete uma recuperação econômica menos expressiva, com a normalização das atividades econômicas pós restrições relacionadas à COVID-19 não oferecendo o mesmo impulso para a demanda de derivados no ano que vem. De acordo com a IEA, o crescimento da demanda chinesa deve responder por quase 75% do aumento do consumo global em 2023, com uma possível desaceleração impactando fortemente o resultado de 2024. Ademais, vale ressaltar que a alta da demanda deve ser liderada por querosene de aviação, nafta, e outros insumos para a indústria petroquímica, com diesel e gasolina menos expressivos diante de setores industriais em desaceleração e o aumento da frota de veículos elétricos.
Petrobras anuncia reajuste de diesel Ontem (07), a Petrobras anunciou um reajuste negativo dos preços de venda do diesel A para as distribuidoras em R$ 0,27/L, linear para todas as praças. A mudança dos preços ocorre em meio a proximidade da retomada de parte dos impostos federais, em R$ 0,33/L, nos preços do diesel vendido nas bombas, em janeiro/24. Mesmo com a queda, ainda havia espaço para reajustes maiores, com a StoneX estimando uma defasagem de R$ 0,72/L entre os preços praticados pela Petrobras e o PPI Golfo. Hoje pela manhã (08), o diferencial Petrobras para PPI Golfo na frente do diesel é de R$ 0,439/L, ao passo que o da gasolina é de R$ 0,270/L.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (08), as cotações operam em alta, com o contrato do Brent para vencimento em fevereiro/24 operando em USD 75,28 bbl (+1,6%) até as 09h20. Agentes buscam se reposicionar após as fortes quedas verificadas nas últimas sessões, mas ausência de fundamentos altistas podem limitar a recuperação dos preços como se verificou ontem.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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