Diário de Petróleo

Pessimismo de mercado provoca mais uma semana de queda do petróleo 
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 3,85%, negociadas a USD 75,84 bbl na última sexta-feira (08) enquanto o WTI também registrou um semanal de 3,83%, negociado em USD 71,23 bbl.

Os futuros do Brent acumularam a sétima semana em queda, conforme ausência de fundamentos altistas falham em oferecer pontos de suporte para o óleo bruto. O pessimismo com a demanda global para 2024, em meio a projeções de crescimento econômico menos expressivo em importantes polos consumidores, superam os anúncios de restrição da oferta da OPEP+ e perspectivas do fim do ciclo de aperto monetário de Bancos Centrais.


EUA anuncia compra para estoques estratégicos O Departamento de Energia dos Estados Unidos anunciou na última sexta-feira que pretende comprar até 3 milhões de barris de petróleo para as reservas estratégicas (SPR, sigla em inglês) do país até abril de 2024. O governo busca aproveitar a forte queda dos preços nas últimas semanas, com o WTI recuando 8% no último mês e cotado abaixo da marca de USD 79 bbl, para recompor a SPR após ter vendido 180 milhões de barris ao longo de 2022. Desde então, o departamento já comprou cerca de 9 milhões de barris e deve garantir mais 4 milhões para fevereiro – estando adiantado em relação ao cronograma do governo. O anúncio contribuiu para suportar as cotações na sexta-feira (08), conforme mercado observa o governo americano como um forte demandante de petróleo para 2024, apesar do processo de reestocagem dever se estender nos próximos anos.  

DOE registra queda dos estoques Os Estados Unidos registraram uma alta dos estoques comerciais de petróleo pela primeira vez desde outubro, em 4,6 milhões de barris. O valor diverge dos volumes divulgados pelo API, influenciado pelo aumento do consumo doméstico conforme se observou o crescimento da FUT e leve queda da produção (para 13,1 mbpd). Os combustíveis, por sua vez, recuaram fortemente na última semana, com o diesel caindo 1,2 milhão de barris e a gasolina 5,4 milhões de barris. m ambos os casos, uma queda semanal das exportações e aumento da produção mais que compensaram a recuperação do consumo, influenciando a formação das reservas. 

Importações brasileiras de combustíveis De acordo com os dados divulgados pelo MDIC, as importações de diesel atingiram 1,04 milhão de m³, valor que, apesar de representar uma queda no comparativo com outubro (1,23 milhão de m³), é quase 52% acima dos níveis registrados em nov/22. Para o caso da gasolina, refletindo o consumo menos aquecido e produção mais expressiva nos últimos períodos, registrou-se mais um mês de queda das importações, que atingiram 199 mil m³ em novembro – uma queda de 61% com o mesmo período no ano passado, sendo também o segundo pior mês em 2023, apenas atrás do resultado de janeiro (188 mil m³). Vale dizer, que apesar do resultado mais fraco da gasolina em novembro, o acumulado no ano ainda é maior do que os níveis registrados em jan-nov/22, atingindo quase 4 milhões de m³. As importações acumuladas de diesel, entretanto, seguem abaixo dos níveis do ano passado, em 12,7 milhões de m³ (-12%).

Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (11), as cotações operam leve queda, com o contrato do Brent para vencimento em fevereiro/24 operando em USD 75,24 bbl (-0,79%) até as 09h00. As perspectivas de um mercado menos apertado para o ano que vem seguem pressionando os preços do petróleo. Em contrapartida, a procura do DOE por comprar mais barris direcionados às reservas estratégicas americanas impedem quedas mais expressivas das cotações.

TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

 
Tags relacionadas: Energia

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