Na última quarta-feira (13), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, com o primeiro sendo cotado a USD 74,26 bbl (+1,39%) e a referência norte-americana a USD 69,47 bbl (+1,25%).
Após uma sessão de forte queda, os futuros do petróleo conseguiram recuperar parte das perdas da semana. O movimento de alta encontrou apoio em alguns fatores, entre eles se teve a influência da queda dos estoques de petróleo nos Estados Unidos e falas do presidente do Fed, Jerome Powell sobre o possível fim do ciclo de aperto monetário no país. No entanto, perspectivas menos otimistas para a demanda global em 2024 seguem limitando maiores recuperações dos contratos.
EUA registra queda dos estoques de petróleo A atualização do relatório DOE apontou mais uma semana de queda dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, com a queda de 4,2 milhões de barris no período levando as reservas para 440,8 milhões de barris. Com esse resultado, os níveis voltaram a operar abaixo das médias sazonais, sendo influenciado por um consumo doméstico mais aquecido nas últimas semanas e uma queda da produção (em 13,1 mbpd). Vale destacar um recuo das exportações desde o início de dezembro, passando de 4,8 mbpd em novembro para 3,7 mbpd duas semanas depois, apesar do indicador que considera as exportações médias das últimas quatro semanas se manter nas máximas sazonais. Para os combustíveis, observou-se uma recuperação dos estoques tanto para a gasolina quanto o diesel, expandindo 0,49 e 1,49 milhão de barris respectivamente. Para o caso da gasolina, o aumento foi menor do que antecipado pelo mercado (+1,9 milhão de barris), refletindo uma leve recuperação da demanda interna e das exportações. O diesel, por sua vez, registrou uma manutenção dos níveis de consumo e das exportações, com a recomposição das reservas sendo justificada pelo aumento das importações na semana.
IEA espera consumo menos aquecido De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), apesar da expectativa de que o ano de 2023 feche com um aumento da demanda global por petróleo em 2,3 mbpd, as perspectivas para os próximos meses são de um mercado menos aquecido. A agência anunciou um corte de 0,4 mbpd do indicador para o 4T23, em meio aos riscos macroeconômicos que causaram uma desaceleração do consumo ao redor do mundo. Tal cenário permitiu, inclusive, uma redução próxima a USD 25/bbl do contrato mais ativo do Brent desde as máximas observadas em setembro, o que permitiu, também, que no início de dezembro, os preços dos barris russos tipo Urals operassem abaixo do price cap estabelecido pelo G7. Em contrapartida, apesar dos estoques globais do óleo bruto se manterem estáveis em outubro, foi observado uma redução das reservas de derivados pela primeira vez nos últimos quatro meses, fator que deve ser monitorado de perto pelos agentes petrolíferos em meio a possível necessidade de reconstrução desses estoques.
Falas de Powell suportam mercado Um dos fatores de suporte para os preços foi a decisão do Fed em manter a taxa de juros inalterada nos Estados Unidos, no intervalo entre 5,25% e 5,5% a.a. Além dessa decisão, o encontro do Banco Central trouxe projeções de um corte de juros de 0,75 p.p em 2024, decisão alinhada com as expectativas do mercado de que o ciclo de aperto monetário teria terminado. Essa percepção foi reforçada a partir das falas do presidente do Fed, Jerome Powell, o qual afirmou que o FOMC debateu sobre o início de um processo de corte de juros em meio a desaceleração da inflação nos últimos meses. A decisão, assim, contribui para enfraquecer o dólar e suportar o petróleo, além de melhorar as perspectivas para a economia norte-americana.
Petróleo amanhece em estabilidade Hoje pela manhã (14), as cotações operam em alta, com o contrato do Brent para vencimento em fevereiro/24 operando em USD 75,63 bbl (+1,84%) até as 08h50. O mercado segue mais otimista em relação a situação macroeconômica, conforme as falas do presidente do FED reforçam a perspectiva de cortes mais significativos da taxa de juros norte-americana para o ano que vem.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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