Na última terça-feira (26), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, com o primeiro sendo cotado a USD 81,07 bbl (+2,53%) e a referência norte-americana a USD 75,57 bbl (+2,73%).
Após o recesso durante o feriado de Natal, os futuros do petróleo encerraram a sessão em alta, conforme as tensões geopolíticas no Mar Vermelho continuam impactando os fluxos globais da commodity, além de ataques dos EUA contra alvos no Iraque elevarem os riscos de um conflito na região. Assim, os contratos recuperaram as perdas observadas no final da semana passada com o anúncio da saída da Angola da OPEP+, com o Brent mantendo um avanço de 4% nos últimos dias.
Rússia amplia fornecimento a China e Índia De acordo com o Ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, a participação somada da China e da Índia nas exportações de petróleo do país alcançaram 90% no volume parcial de 2023, com cada um respondendo por cerca de 45% do total. Em contrapartida, o continente europeu, que em 2022 respondia por 40% - 45% de todas as vendas, passou a representar uma parcela significantemente menor, de 5%, garantido principalmente pelas sanções do G7 ao petróleo russo, iniciadas em dezembro/22, com a União Europeia buscando novos fornecedores da commodity, como os EUA e países árabes. Conforme apontado por Novak, as sanções garantiram uma aceleração sobre a reorientação dos fluxos russos para a Ásia, permitindo um aumento da parceria energética entre a Rússia, China e Índia. A tendência, portanto, é de uma continuidade desse cenário, com a intensificação das compras asiáticas permitida, inicialmente, pelo forte diferencial dos preços dos barris Urals frente as referências globais.
ANP publica dados parciais de vendas De acordo com os dados parciais divulgados pela ANP, as vendas de diesel B alcançaram 5,50 milhões de m³ em novembro. A redução de 4,4% frente ao mês de outubro reflete a queda sazonal da demanda por diesel no Brasil, ao passo que, no comparativo com novembro/22, o indicador ficou 5,1% acima do observado. No acumulado de 2023, o indicador alcançou 60,16 milhões de m³, valor 3,3% maior no comparativo com o mesmo período do ano passado, refletindo o melhor resultado dos indicadores econômicos brasileiros e das safras de soja e milho do país na temporada 2022/23. Até o final do ano, o indicador deve ultrapassar as máximas históricas, com a StoneX estimando uma demanda total de 65,1 milhões de m³.
Em relação à gasolina comum, as vendas alcançaram 3,65 milhões de m³, marcando queda mensal de 1,5% e de 2,8% no comparativo com o mesmo período do ano passado. A demanda pelo combustível chegou ao menor valor mensal do ano, em meio ao forte desestímulo causado pela paridade de preços entre o etanol hidratado e o fóssil, que permanece melhor para o biocombustível nas principais praças consumidoras de Ciclo Otto, principalmente São Paulo e Minas Gerais. Devido ao bom desempenho no primeiro semestre, no entanto, as vendas acumuladas de gasolina C seguem 6,7% maiores em relação a 2022, totalizando 42,67 milhões de m³.
Demanda acumulada por Diesel B (esq.) e Gasolina C (dir.) - milhões de m³
Petrobras anuncia reajuste sobre diesel Ontem, a Petrobras anunciou mais um reajuste negativo sobre os preços do diesel revendido para as distribuidoras, medida que limitou a defasagem com o preço de importação do combustível na referência do Golfo. Trata-se do segundo reajuste em dezembro, com o primeiro em R$ 0,27/litro e o mais recente uma queda de 0,30 por litro, levando os preços de revenda para R$ 3,48/litro. Essa nova queda contribui também para compensar a reoneração do diesel que deve ocorrer a partir do dia 1º, a qual deve elevar o preço do combustível em R$0,35/litro a partir da retomada da cobrança integral do PIS/Cofins. Vale destacar que o preço médio do diesel para o consumidor final já havia registrando leve queda nas últimas semanas, atingindo o menor valor desde agosto no período entre 15 e 23 de dezembro, de acordo com a ANP (R$ 6,04 por litro).
Petróleo amanhece em baixa Hoje pela manhã (27), as cotações operam em baixa, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 80,31 bbl (-0,6%) até as 09h10. Após a forte alta ao longo da sessão de ontem, mercado busca reposicionar suas posições, além disso, o anúncio de que algumas companhias pretendem retomar a navegação pelo Mar Vermelho também pressiona os futuros do óleo bruto.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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